Satanás

Provavel­mente, usan­do uma figu­ra de Eze­quiel 29.3, onde o pro­fe­ta chama a Faraó, rei do Egip­to, “grande dragão,” João usa treze vezes o mes­mo vocábu­lo, no Apoc­alipse, para definir as acções de Satanás, a últi­ma das quais ref­ere a sua prisão (Ap. 20.2).Diabo, em grego “dia­bo­los” sig­nifi­ca lit­eral­mente calu­ni­ador. É alguém que lança acusações fal­sas com o alvo de destru­ir a rep­utação de out­rem e assim o apan­har no seu reino de trevas. O Novo Tes­ta­men­to con­tém esta palavra trin­ta e sete vezes. Paulo usou este vocábu­lo no plur­al “dia­boloi” para falar dos irrec­on­cil­iáveis, calu­ni­adores, incon­ti­nentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obsti­na­dos, orgul­hosos, mais ami­gos dos praz­eres do que ami­gos de Deus, ten­do aparên­cia de piedade, mas negan­do a eficá­cia dela (2 Tm. 3.3–5).

Tudo isto é for­ja­do por ele em seu próprio proveito. É que ele anda em redor dos crentes ten­tan­do-os para vencê-los e os destru­ir 1 Pd. 5.8). Além dele, ain­da tem os seus com­parsas, anjos maus e pes­soas ao seu serviço prej­u­di­can­do o seu semel­hante (Tt. 2.3). Ele tem os seus próprios fil­hos inter­es­sa­dos no seu reino de trevas. Como escreveu João: “Nis­to são man­i­festos os fil­hos de Deus e os fil­hos do dia­bo. Qual­quer que não prat­i­ca a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus (1 Jo. 3.10; Jo. 8.44). O tal, se não é de Deus, só pode ser do dia­bo. Por isso, Paulo man­i­fes­ta grande inter­esse em que os tais sejam despren­di­dos dos laços do dia­bo (2 Tm. 2.25, 26).

Um dos propósi­tos da vin­da de Cristo foi destru­ir as obras do dia­bo e tirar-lhe o reino para entregá-lo a um povo fiel (Gn. 3.15; 1 Jo. 3.8). Não fican­do con­tente com isso, tem persegui­do a Igre­ja de Cristo e lança­do muitos na prisão por for­ma a destruí-la (Ap. 2.10). Porém, a estraté­gia de Satanás não tem prevale­ci­do con­tra a fiel Igre­ja res­gata­da pelo sangue do Cordeiro de Deus. O Sen­hor asse­gurou-nos que ele está con­de­na­do ao fogo eter­no com os seus anjos (Mt. 25.41; Ap. 20.10).

Ten­ta­dor, em grego “peirazwn” (peirazôn), é out­ro nome pelo qual é con­heci­do Satanás, ou expressões ver­bais cor­re­latas que exprimem a sua acção. Eva enfren­tou o ten­ta­dor e cedeu ao seu con­vite seguin­do a pro­pos­ta dia­bóli­ca de faz­er o con­trário daqui­lo que Deus dis­sera (Gn. 3.1,6). Do mes­mo modo, Jesus enfren­tou o ten­ta­dor quan­do esteve no deser­to quarenta dias, mas sem resul­ta­do, porque o Sen­hor lhe resis­tiu con­forme o que está escrito (Mt. 4.1,3,4; Mc. 1.13). Ele procu­ra apre­sen­tar semel­hantes con­vites ten­ta­dores aos crentes a fim de levá-los a cair na mes­ma armadilha.

Paulo teme que, “assim como a ser­pente enganou Eva com a sua astú­cia, assim tam­bém sejam, de algu­ma sorte, cor­rompi­dos os vos­sos sen­ti­dos e se apartem da sim­pli­ci­dade que há em Cristo” (2 Co. 11.3). Porque o dia­bo, nos­so adver­sário, anda em derre­dor bra­man­do com leão, bus­can­do a quem pos­sa devo­rar (1 Pd. 5.8). Ele sem­pre procu­rará que o nos­so tra­bal­ho no Reino do Sen­hor seja em vão (1 Ts. 5.3). Por isso, Pedro e Tia­go acon­sel­ham-nos a resi­s­tir-lhe com firmeza na fé e sujeição a Deus (1 Pd. 5.9; Tg. 4.7).

Príncipe e deus deste sécu­lo são títu­los para o adver­sário de Deus e dos home­ns. Ele é o príncipe do reino das trevas e o deus da sociedade orga­ni­za­da deste sécu­lo (Jo. 12.31; 16.11). As maio­r­ias, sep­a­radas de Deus, estão mais inter­es­sadas em seguir os seus dita­mes do que obser­var sin­ce­ra­mente a Palavra de Deus. Ele cega o entendi­men­to dos incré­du­los a fim de não con­hecerem a ver­dade (2 Co. 4.4). Ele con­tro­la as activi­dades humanas usan­do as con­cu­pis­cên­cias da carne, do mes­mo modo que pro­cedeu com Eva: a con­cu­pis­cên­cia da carne, e dos olhos, e a sober­ba da vida (1 Jo. 2.16). Por isso, João diz que o mun­do está no malig­no (1 Jo. 5.19).

Demónios, no grego “dai­mo­nia” (dai­mo­nia) são seres espir­i­tu­ais que obe­de­cem às ordens de Satanás. O sub­stan­ti­vo aparece sessen­ta e três vezes nas Escrit­uras, e o ver­bo treze vezes. A Bíblia dá teste­munho da sua existên­cia, assim como da sua activi­dade. Eles são descritos como espíri­tos maus que procu­ram cor­pos livres para neles realizarem as suas acções demonía­cas. O indi­ví­duo sob a influên­cia dos demónios é escra­vo deles. Fala o que eles querem, ou sim­ples­mente pode ficar mudo. Vai aonde eles querem, e é usa­do como instru­men­to de mal­dade, man­i­fe­s­tando, por vezes, uma força sobre­nat­ur­al. Geral­mente a sua actu­ação está asso­ci­a­da ao foro psíquico, à mente e ao sis­tema ner­voso. A sua pre­sença pode man­i­fes­tar-se na lou­cu­ra, na epilep­sia, noutras enfer­mi­dades sem causas orgâni­cas, e nos dis­túr­bios soci­ais. A solução para estas situ­ações está em Cristo.

Observem-se alguns exem­p­los sobre a acção dos tais: Uma pes­soa aparente­mente nor­mal pode agir por acção demonía­ca. Cer­ta vez Jesus entrou na sin­a­goga e esta­va ali um homem com um dess­es espíri­tos que con­fes­sou recon­hecê-lo; porém, o Sen­hor tam­bém os con­hece e, repreendendo‑o, orde­nou que saísse daque­le homem, e acon­te­ceu assim (Lc. 4.33–34). Acer­ca de Maria Madale­na con­ta Lucas que tin­ha sete demónios e o Sen­hor a lib­er­tou (Lc. 8.2). Um homem gadareno esta­va pos­suí­do por uma legião deles, que sig­nifi­ca 6.000 sol­da­dos, e Cristo o lib­er­tou (Lc. 8.30). Um jovem pos­ses­so foi lev­a­do a Jesus, e quan­do se ia aprox­i­man­do o demónio derrubou‑o ao chão; o Sen­hor repreendo‑o lib­er­tou o mance­bo (Lc. 9.39–42).

Out­ra vez o Sen­hor encon­trou-se com um homem que pos­suía um espíri­to mudo. Jesus expulsou‑o e o mudo logo falou (Lc. 11.14).A solução para estes casos encon­tra-se na autori­dade que Cristo out­or­gou à sua Igre­ja: “Jesus, con­vo­can­do os seus dis­cípu­los, deu-lhes vir­tude e poder sobre todos os demónios e para curarem enfer­mi­dades (Lc. 9.1). Não foi somente aos doze que dis­tribuiu este poder, mas tam­bém os seten­ta que ele envi­ou pela ter­ra tiver­am a mes­ma exper­iên­cia e regoz­i­jaram-se pelo fac­to (Lc.10.17). Isto é sinal de que o reino de Deus tem chega­do. O Sen­hor infor­mou que “se eu expul­so os demónios pelo dedo de Deus, cer­ta­mente a vós é chega­do o reino de Deus” (Lc. 11.20).

Pedro, em casa de Cornélio, teste­munha de Cristo assim: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espíri­to San­to e com vir­tude, o qual andou fazen­do o bem e curan­do a todos os oprim­i­dos do dia­bo, porque Deus era com Ele (At. 10.38).A Igre­ja tem, ao lon­go dos sécu­los, prat­i­ca­do a expul­são de espíri­tos malig­nos com a mes­ma autori­dade rece­bi­da do Sen­hor. “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expul­sarão demónios…” (Mc.16.17). Após o Pen­te­costes, das cidades viz­in­has con­cor­ria mui­ta gente a Jerusalém, con­duzin­do enfer­mos e ator­men­ta­dos de espíri­tos imun­dos, os quais todos eram cura­dos (At. 5.16).

As mul­ti­dões acor­ri­am a Fil­ipe porque ouvi­am e viam os sinais que ele fazia; pois, os espíri­tos imun­dos saíam de muitos que os tin­ham, cla­man­do em alta voz; e muitos par­alíti­cos e cox­os eram cura­dos (At. 8.7). Paulo não se deixou enga­nar por um espíri­to de adi­v­in­hação que o per­tur­ba­va diari­a­mente, e em nome de Jesus orde­nou que saísse, e na mes­ma hora saiu (At. 16.16–18). E Deus pelas mãos de Paulo fazia mar­avil­has extra­ordinárias, de sorte que até os espíri­tos malig­nos saiam daque­les a quem ator­men­tavam (At. 19.11,12). Ain­da, Paulo quer livrar a igre­ja de par­tic­i­par da mesa do Sen­hor e da mesa dos demónios (1 Co. 10.20,21). Vem do ante­ri­or

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