O efeito do pecado

A definição do peca­do pode ser fei­ta de várias maneiras. Pelo sen­ti­do dos vocábu­los usa­dos na Bíblia, tan­to em hebraico “aux” (hotâ) como em grego “amar­tia” (amar­tia) sig­nifi­ca não atin­gir o alvo que Deus pôs à nos­sa frente. Pecar é errar o alvo, é cair no mal, é iniq­uidade e injustiça. Na real­i­dade, peca­do é qual­quer acção con­trária à von­tade de Deus, é não sat­is­faz­er o propósi­to para o qual fomos criados.

Assim como seria erra­do usar um cão para lavrar, do mes­mo modo é erra­do que o ser humano leve uma vida opos­ta à sua vocação. David escreveu as palavras do seu arrependi­men­to, as quais servem de mod­e­lo para todos nós: “Con­tra Ti, con­tra Ti somente pequei e fiz o que a Teus olhos parece mal” (Sl. 51.4). Paulo diz que a incli­nação da carne é ini­mizade con­tra Deus (Rm. 8.7). João diz que o peca­do é trans­gressão da lei que foi insti­tuí­da pelo Cri­ador para as suas criat­uras (1 Jo. 3.4).

Trans­gressão é a vio­lação daqui­lo que Deus exige de nós à luz da Sua san­ti­dade: “Vós vos san­tifi­careis e sereis san­tos, porque eu sou san­to” (Lv. 11.44). Trans­gredir é repu­di­ar a autori­dade div­ina. O coração deprava­do expres­sa-se na trans­gressão do man­da­men­to de Deus. O princí­pio do peca­do está na cedên­cia aos con­vites aparente­mente inofen­sivos de Satanás sem os exam­i­nar à luz da Palavra de Deus.

A exper­iên­cia de Eva rev­ela o cam­in­ho do peca­do. Ali podemos ver os degraus da que­da. Ela viu, cobiçou, tomou, comeu, trans­mi­tiu, Adão comeu com ela, e mor­reram (Gn. 3.6). Porque a mul­her não resis­tiu à ten­tação, o homem devia tê-lo feito pela resistên­cia sis­temáti­ca (cf. Tg. 4.7; Mt. 4.10,11). Uma vez entra­do no mun­do, o peca­do pas­sou às ger­ações futuras com todas as con­se­quên­cias nefas­tas, arra­s­tan­do todos para a sep­a­ração de Deus, a viv­er imoral­mente, ten­do como fim últi­mo a morte e a sep­a­ração eter­na do Cri­ador (Rm. 5.12 e 1.18–32). João diz que quem comete peca­do é do dia­bo (1 Jo. 3 8); e Jesus disse que os prat­i­cantes do peca­do são fil­ho do dia­bo (Jo. 8.44). Paulo adverte que aque­les que come­tem peca­do são escravos do dia­bo; isto é, são obri­ga­dos a faz­er aqui­lo que não querem (Rm. 6.16).

As con­se­quên­cias do peca­do são múlti­plas. Quan­do um acon­tece, logo out­ro peca­do aparece para escon­der o ante­ri­or e assim por diante. Ninguém se pode lib­er­tar des­ta cadeia de peca­do pelos seus próprios meios. Observe­mos a exper­iên­cia dos nos­sos antepassados.

Primeiro, rece­ber­am con­sciên­cia da sua nudez, o que os fez recear a pre­sença de Deus (Gn. 3.7). Como resul­ta­do, procu­raram escon­der-se do Sen­hor a fim de não con­tem­plar o seu esta­do pecaminoso (Gn. 3.8). Mas o Sen­hor encon­tra-os em qual­quer lugar; não há escon­der­i­jo nat­ur­al que lhes val­ha (Gn. 3.10). O mel­hor é não escon­der nada ao Sen­hor, porque Ele con­tem­pla e sabe todas as nos­sas acções. David sabia des­ta ver­dade e fez a seguinte con­fis­são: “Para onde me irei do Teu Espíri­to, ou para onde fugirei da Tua face?… nem ain­da as trevas me escon­dem de Ti” (Sl. 139.7,12). Deus procu­ra-nos onde quer que estejamos.

Deus declar­ou que a par­tir daí have­ria ini­mizade entre a semente da mul­her e a semente da ser­pente (Gn. 3.15). Sem dúvi­da, os descen­dentes da mul­her têm sen­ti­do essa ini­mizade que existe com Satanás e os seus exérci­tos. Ele persegue-nos por toda a parte procu­ran­do devo­rar-nos (1 Pd. 5.8). A mul­her supor­ta dores na sua con­cepção, a ter­ra pas­sa a pro­duzir ervas dan­in­has, o homem reti­ra da ter­ra o seu pão com esforço, o que veio do pó vol­ta ao pó; e o homem ficou pri­va­do da árvore da vida (Gn. 3.16, 18, 19 24).

Afi­nal, a quem atribuir as cul­pas da que­da do homem? O homem pronta­mente acu­sou a mul­her que Deus lhe dera (Gn. 3.12). Sendo assim, Deus seria o cul­pa­do pelo que criou e con­ced­era ao homem. Nada mais injus­to. A mul­her acu­sou a ser­pente que Deus cri­ara de ser a cul­pa­da daque­la situ­ação (Gn. 3.13). No mes­mo instante a mul­her admi­tiu haver sido engana­da pela ser­pente (Gn. 3.13). Aí recon­heceu a sua fraque­za humana. A sua carne tirara par­tido da sua fraque­za espir­i­tu­al para saciar-se inde­v­i­da­mente (Gn. 3.6). A natureza car­nal venceu a espir­i­tu­al, quan­do podia muito bem a espir­i­tu­al vencer a car­nal e con­ser­var a comunhão com Deus.

A par­tir daí o esta­do da alma ficou alter­ado e o rela­ciona­men­to com o Cri­ador foi que­bra­do. O esta­do men­tal ficou cor­rompi­do pelo peca­do e os val­ores morais sãos desa­pare­ce­r­am da ter­ra. Caim, mor­di­do pelo ciúme, matou o seu irmão Abel sim­ples­mente porque ele era jus­to e agradara a Deus (Gn. 4.4–8). O esta­do moral da sociedade con­tem­porânea do dilúvio desagradou de tal for­ma a Deus que resolveu exter­miná-la e recomeçar uma nova ger­ação a par­tir do seu ami­go Noé (Gn. 6.5–14).

A mente car­nal tem incli­nações car­nais e con­sti­tui-se, por isso, inimi­ga de Deus (Rm.  8.7,8). Logo, uma mente não espir­i­tu­al está disponív­el para ser con­tro­la­da pelo príncipe das trevas e seguir o cur­so nat­ur­al deste mun­do (Ef. 2.2). A lei, dada por Moisés, sujeitou a todos debaixo da maldição, porque está escrito: “Maldito todo aque­le que não per­manecer em todas as coisas que estão escritas na lei para fazê-las (Gl. 3.10). Por este moti­vo, muitos ouvirão a maldição da rejeição des­ta maneira: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eter­no “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eter­no prepara­do para o dia­bo e seus anjos” (Mt. 25.41)…

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