Efésios 6:10,11
“Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo.”
Questão
Como poderemos fortalecer-nos com o poder de Deus e usar toda a armadura que Ele pôs à nossa disposição para vencermos o seu adversário e nosso também?
Comentário
Consultemos primeiro o trecho de Paulo aos Efésios 6:10–18 e discorramos acerca dele como introdução. O apóstolo assevera que Deus tem um adversário constante, e nós o temos igualmente. Pedro afirma até que ele anda ao nosso redor, rugindo como um leão, (mesmo não sendo leão) procurando a quem possa destruir; (1 Pd 5:8). Ele tem uma panóplia de armas destruidoras, para as quais devemos estar treinados e preparados eficazmente a fim de sairmos vencedores.
Nós estamos em guerra contra as forças do mal, cujo comandante é o maligno, chamado também príncipe do mal. Temos um adversário comum que não dá tréguas. Ele não dorme, nem descansa. Portanto, sejamos robustos, fortes, e bem preparados para enfrentá-lo com todas as armas que Deus pôs à nossa disposição. Ninguém deve desprezar sequer uma. Porque ele encontrará aí uma brecha a seu favor, e jamais desperdiçará uma oportunidade.
Reconheçamos que temos um Líder que o conhece muito bem e está preparado para enfrentá-lo constantemente. Jesus está capacitado para comandar o seu exército de homens e mulheres dispostos a submeterem-se à sua liderança. Desta forma recebemos uma autoridade espiritual de alguém superior, a qual deve ser usada para enfrentá-lo e vencê-lo. Todavia, essa autoridade não basta para o afeito. É obrigatório que cada soldado cristão seja revestido da total armadura de Deus, muito mais poderosa do que a do nosso adversário.
Para sermos revestidos dessa armadura que, apesar de ser espiritual, é visível aos olhos humanos, é preciso, primeiro, manter uma comunhão constante com Deus. Depois, alimentar-se diariamente da Palavra de Deus a fim de se fortalecer com o alimento próprio da vida nova de um cristão. É, por conseguinte, a Palavra de Deus que nos fornece a instrução e a capacidade para usar as armas concedidas pelo Senhor para esta guerra santa. Digo guerra santa porque a mesma serve manter a santidade na presença do Senhor, e desta forma vencer as forças do pecado. São sete as armas postas à nossa disposição, as quais são brevemente comentadas a seguir.
1. O capacete da salvação significa ter a firme certeza do perdão, alcançado pelos méritos de Cristo, e a presença do Espírito Santo para liderar as nossas acções em segurança e fazermos o que Lhe é agradável. É, ainda, uma protecção contra os dardos enviados por Satanás.
2. A couraça da justiça diz respeito tanto à justificação recebida pela fé em Cristo, como à vida justa que devemos viver diariamente diante de Deus e de todos os que nos rodeiam. É, também, uma arma valente contra a injustiça provocada por Satanás.
3. O cinto da verdade é tanto o revestimento de Cristo, a verdade suprema, como a expressão vocal do cristão. Falar sempre a verdade com Deus e com o próximo é aconselhado pelas Sagradas Escrituras. É, por este motivo, o método adequado para vencer a mentira semeada por Satanás.
4. As botas da paz é a prontidão e a preparação para levar o evangelho da paz a todas as criaturas. É o cumprimento da grande comissão entregue pelo Senhor aos cristãos, de fazerem novos discípulos em todos os lugares da terra, ensinando-os a cumprir os mandamentos do Senhor. Semear a paz é a maneira eficiente de acabar com as guerras provocadas por Satanás.
5. O escudo da fé é a arma de defesa mais importante porque vai na frente do soldado, e é a sua principal protecção. Sem fé é impossível vencer esta guerra espiritual. Porque sem fé ninguém pode agradar a Deus, e sem Deus jamais alguém sairá vencedor sobre o nosso grande adversário no mundo. A nossa fé é uma arma poderosa para vencer no mundo porque nos encoraja a não desfalecer.
6. A espada do espírito é a Palavra de Deus, a qual tem dois gumes cortantes, que aterroriza o adversário pondo‑o em fuga. No constante, sábio uso e aplicação da mensagem de Deus às nossas vidas é que está a vitória. Façamos como está escrito e seremos vencedores do mesmo modo que Cristo o foi. Esta é uma arma poderosa, sem a qual é impossível vencer, porque nos ilumina e fortalece para sermos valentes.
7. A oração da vigilância é o hábito constante de comunicar com Deus e estar alerta a fim de reconhecer a aproximação do adversário. Falar diariamente com o Senhor é de suprema importância. Adorar, agradecer, e suplicar, são atitudes que devemos manifestar na oração constante, a fim de sermos atendidos pelo Senhor dos exércitos, e nos guiar à vitória sobre o maior adversário que alguém poderá ter.
Conclusão
Esta guerra, por ser espiritual, exige uma estratégia especial, que seja bíblica, de cariz espiritual, e efectuada por soldados espirituais. Tiago, irmão do Senhor, deixou-nos este sábio conselho: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo, (com todas as armas ao nosso dispor) e ele fugirá de vós;” (Tiago 4.7). Resistir é permanecer em pé até o adversário desistir e se afastar. Este é o processo correcto para uma vitória certa e segura, o qual deve estar em acção vinte e quatro horas por dia; não somente algumas horas por semana, ou mesmo por mês. A vida cristã é uma guerra santa, constante, uma luta para manter a santidade pessoal, porque só a santidade pode vencer os dardos inflamados do maligno.