Mateus 13
“E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear, e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.”
Questão
É corrente ouvir apresentar as parábolas do tesouro e da pérola como ensinando acerca do esforço humano para ter direito ao reino de Deus.
Ora, se isto fosse assim, estaríamos a obter lugar no reino pelo mérito humano das nossas obras, ainda reminiscência católica, que é contra a teologia bíblica e o lema dos reformadores: só Escritura, só Graça, só Fé. Segundo as Escrituras, tudo nos é concedido de Graça por intermédio da Fé. (cf. Ef. 2:5–10). Eis o que foi proposto pelo Senhor: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo – anothen – ‘de cima’ não pode ver o reino de Deus.” Jo 3:3. Só isso.
Definição
Como é sabido, parábola é uma narração, geralmente curta, para ensinar uma verdade moral ou espiritual, através de comparação com a vida real. Mateus apresenta, no capítulo treze, sete parábolas, mais uma em conclusão, para ensinar sobre o desenvolvimento gradual do reino de Deus.
A primeira e a segunda ensinam sobre a implantação do reino: são as parábolas da sementeira e a do trigo e joio. O campo é o mundo, e nós estamos no mundo.
A terceira e a quarta instruem acerca do crescimento do reino: são as parábolas da semente da mostarda e a do fermento. O fermento faz crescer a massa que está no mundo.
A quinta e a sexta versam sobre o valor do reino: são as parábolas do tesouro e da pérola valiosa. O campo é o mundo, e no mundo estamos nós.
A sétima e a oitava ensinam sobre a missão transcultural do reino. Assim:
a) A sétima é acerca da responsabilidade da Igreja de alcançar todas as classes de pessoas com a evangelho.
b) A oitava conclui sobre a sabedoria da Igreja para atingir todas as classes em todas as épocas com o mesmo evangelho.
Contexto
Quem se privou de tudo para nós termos tudo, foi nosso Senhor Jesus Cristo, que pagou com sua vida e seu sangue – o valor do reino –, de acordo com 1 Pd 1:17–21 conforme expresso abaixo: “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós, que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.”
1 Pd 2:9. “Mas vós sois a geração eleita, o reino sacerdotal (no grego) a nação santa, o povo adquirido”… 1 Co 6:20 “Porque fostes comprados por valioso preço; glorificai cai pois a Deus no vosso corpo. 1 Co 7:23 Por preço fostes comprados; mas vos façais escravos de homens.”
Ap 14:3 … “e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil, aqueles que foram comprados da terra.” Ap 14:4 …”Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes foram comprados dentre os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.”
At 4:12 “E em nenhum outro há salvação porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. Rm 10:10 “pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Tt 2:11 “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.
Apoiado pelo comentário do Dr Dwight Pentecost no seu livro “The Parables of Jesus”.
Conclusão
Então, as parábolas são classificadas em três pares, mais uma conclusiva, e seguem todas o tema do desenvolvimento do reino de Deus: Implantação, crescimento, Valor, e a Missão da Igreja no mundo.