Mateus 12:38,39
“Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal. Mas ele respondeu-lhes: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas.”
Questão
Serão os sinais dignos de crédito para que sejam procurados avidamente por pessoas necessitadas da intervenção divina nas suas vidas? Não serão, alguns deles, uma fraude exercida por pessoas sem escrúpulos, que lesa os incautos?
Contexto bíblico
O próprio Senhor Jesus começou o seu ministério com milagres, como está escrito por João: “Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2:11). “Ora, estando ele em Jerusalém pela festa da páscoa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.” (Jo 2:23). “Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e prodígios, de modo algum crereis.” (Jo 4:48). “E seguia‑o uma grande multidão porque via os sinais que operava sobre os enfermos.” (Jo 6:2).
E ficou escrito que sinais e maravilhas acompanhariam os que nele cressem: Observemos alguns trechos a este respeito: “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demónios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.] (Mc 16:17–20). “E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários” (At 19:11).
Todavia, os milagres, embora sejam sinais da operação poderosa de Deus, nem sempre levam ao arrependimento, conforme a crítica de Jesus a duas cidades: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! porque se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza.” (Mt 11:21). Noutra ocasião, “respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” (Jo 6:26). “E embora tivesse operado tantos sinais diante deles, não criam nele.” (Jo 12:37).
Mas, o Senhor também nos deixou um aviso sério para que o povo de Deus se não deixasse enganar por falsos milagres, como está escrito: “Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo ali! não acrediteis. Porque hão-de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão sinais e prodígios para enganar, se possível, até os escolhidos. Ficai vós, pois, de sobreaviso; eis que de antemão vos tenho dito tudo.” (Mc 13:22,23). “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7:22,23).
Que resposta tão séria quanto justa! Embora tenham acontecido operações milagrosas, o facto não ficou a dever-se aos agentes, mas à misericórdia de Deus com os necessitados da sua intervenção. Eles buscam, em primeiro lugar, os seus interesses e a sua fama, e Jesus, considerando isso, despreza-os igualmente.
Todos aqueles falsos milagreiros são preparadores do caminho para a chegada do anticristo, grande operador de sinais, como encontramos narrado na carta aos tessalonicenses e em Apocalipse: “e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira” (2 Ts 2:9).
Predição da sua actividade e seu destino: “E operava grandes sinais, de maneira que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista dos homens; Pois são espíritos de demónios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 16:13,14). “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes doisforam lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.” (Ap 19:20).
Conclusão
O maior sinal dado pelo Senhor é o facto comprovado da sua ressurreição, como ele disse: “pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.” (Mt 12:40). Mas, no final dos três dias saiu do seio da terra e apareceu vivo aos discípulos. Por este motivo, não é seguro o povo de Deus andar à procura de milagres porque pode ser enganado. O mais certo é confiar na ressurreição do Senhor e descansar na sua promessa de estar connosco em espírito. Por este motivo somos o seu corpo, como Paulo escreveu: “Ora, vós sois corpo de Cristo e, individualmente, seus membros.” (1 Co 12:27). “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Ts 5:23).