Receber o Espírito Santo

João 20:22,23

E haven­do dito isso, asso­prou sobre eles, e disse-lhes: Rece­bei o Espíri­to San­to. Àque­les a quem per­doard­es os peca­dos lhes são per­doa­d­os; e àque­les a quem os retiverdes são retidos.”

Questão

Se Jesus con­cedeu o Espíri­to San­to quan­do soprou sobre os dis­cípu­los, por que moti­vo o rece­ber­am tam­bém no dia de Pentecostes?

Con­tex­to bíblico

Primeiro, recordemos o rela­to da acção de Deus após ter cri­a­do o homem. Ele asso­prou sobre a figu­ra cri­a­da e começou a viv­er: “E for­mou o Sen­hor Deus o homem do pó da ter­ra, e soprou-lhe nas nar­i­nas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” (Gn 2:7). O ven­to sopra­do pelo Cri­ador teve a final­i­dade de con­ced­er vida àquela figu­ra inerte para for­mar a sociedade humana. Da mes­ma for­ma, o ven­to sopra­do pelo Fil­ho serviu para ini­ciar uma nova sociedade com os dis­cípu­los a fim de cumprirem o seu min­istério no mun­do pecaminoso. O referi­do tre­cho sim­ples­mente enfa­ti­za o perdão dos peca­dos. Eles rece­ber­am a capaci­dade do Espíri­to para per­doar, o que nós tam­bém recebe­mos quan­do aceita­mos Jesus como salvador.

O prometi­do bap­tismo no Espíri­to San­to acon­te­ceu somente no dia de Pen­te­costes, como está escrito: “Logo que eu come­cei a falar, desceu sobre eles o Espíri­to San­to, como tam­bém sobre nós no princí­pio. Lem­brei-me então da palavra do Sen­hor, como disse: João, na ver­dade, bap­ti­zou em água; mas vós sereis bap­ti­za­dos no Espíri­to San­to.” (At 11:15,16). Quan­do Jesus soprou sobre eles esta­va ensi­nan­do por figu­ra con­heci­da acer­ca da nova vida que pre­cisavam para servir no seu reino.

Ago­ra com­pare­mos três tre­chos impor­tantes: Acer­ca do novo nasci­men­to, espir­i­tu­al, disse Jesus a Nicodemos: “O ven­to sopra onde quer e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aque­le que é nasci­do do Espíri­to.” (Jo 3:8). E Lucas escreveu o seguinte: “Estando com eles, orde­nou-lhes que não se ausen­tassem de Jerusalém, mas que esperassem a promes­sa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na ver­dade, João bap­ti­zou em água, mas vós sereis bap­ti­za­dos no Espíri­to San­to den­tro de poucos dias.” (At 1:4,5). Jesus disse que este bap­tismo con­ce­dia poder para serem teste­munhas efi­cazes no mun­do inteiro: “Mas rece­bereis poder, ao descer sobre vós o Espíri­to San­to, e ser-me-eis teste­munhas, tan­to em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os con­fins da ter­ra.” (At 1:8).

E, acer­ca da recepção do bap­tismo no Espíri­to San­to, escreveu Lucas: “Ao cumprir-se o dia de Pen­te­costes, estavam todos reunidos no mes­mo lugar. De repente veio do céu um ruí­do, como que de um ven­to impetu­oso, e encheu toda a casa onde estavam sen­ta­dos… “E todos ficaram cheios do Espíri­to San­to, e começaram a falar noutras lín­guas con­forme o Espíri­to lhes con­ce­dia que falassem. (At 2:1,2,4). Quan­do Pedro se levan­tou para explicar o suce­di­do per­ante cer­ca de três mil pes­soas pas­madas, referiu o seguinte: “De sorte que, exal­ta­do pela dex­tra de Deus, e ten­do rece­bido do Pai a promes­sa do Espíri­to San­to, der­ra­mou isto que vós ago­ra vedes e ouvis.” (At 2:33).

Exper­iên­cias semel­hantes con­tin­uaram após o Pen­te­costes, emb­o­ra sem o som do ven­to e da visão das chamas sobre as cabeças. Quan­do Pedro e João, que havi­am sido pre­sos, foram lib­er­ta­dos, diri­gi­ram-se para os seus e relataram o suce­di­do acon­te­cen­do o seguinte: “E, ten­do eles ora­do, tremeu o lugar em que estavam reunidos e todos foram cheios do Espíri­to San­to, e anun­ci­avam com intre­pi­dez a palavra de Deus.” (At 4:31). Depois vem a exper­iên­cia de Pedro na casa do capitão romano Cornélio: “Os crentes que eram de cir­cun­cisão, todos quan­tos tin­ham vin­do com Pedro, mar­avil­haram-se de que tam­bém sobre os gen­tios se der­ra­masse o dom do Espíri­to San­to, porque os ouvi­am falar lín­guas e mag­nificar a Deus.” (At 10:45,46). 

Quan­do Paulo chegou a Éfe­so encon­trou ali alguns crentes que descon­heci­am o Espíri­to San­to, per­gun­tou-lhes: Recebestes vós o Espíri­to San­to quan­do crestes? Respon­der­am-lhe eles: Não, nem sequer ouvi­mos que haja Espíri­to San­to.” (At 19:2). Como obser­va­mos, o fac­to de crer não con­cede o bap­tismo no Espíri­to San­to, mas somente o espíri­to de nova vida em Cristo. E, “Haven­do-lhes Paulo impos­to as mãos, veio sobre eles o Espíri­to San­to, e falavam em lín­guas e pro­fe­ti­zavam.” (At 19:6). A ess­es crentes escreveu mais tarde que eles tin­ham rece­bido a mar­ca do dono, o selo da casa, o Espíri­to San­to da promes­sa: “com o fim de ser­mos para o lou­vor da sua glória, nós, os que antes havíamos esper­a­do em Cristo; no qual tam­bém vós, ten­do ouvi­do a palavra da ver­dade, o evan­gel­ho da vos­sa sal­vação, e ten­do nele tam­bém cri­do, fos­tes sela­dos com o Espíri­to San­to da promes­sa, o qual é o pen­hor da nos­sa her­ança para redenção da pos­sessão de Deus, para o lou­vor da sua glória.” (Ef 1:12–14). E con­tin­ua: “E não entris­teçais o Espíri­to San­to de Deus, no qual fos­tes sela­dos para o dia da redenção.” (Ef 4:30).   

Final­izan­do, medite­mos nes­tas palavras do livro aos hebreus: “como escapare­mos nós, se des­cuidar­mos de tão grande sal­vação? A qual, ten­do sido anun­ci­a­da ini­cial­mente pelo Sen­hor, foi- nos depois con­fir­ma­da pelos que a ouvi­ram, tes­ti­f­i­can­do Deus jun­ta­mente com eles, por sinais e prodí­gios, e por múlti­p­los mila­gres e dons do Espíri­to San­to, dis­tribuí­dos segun­do a sua von­tade.” (Hb 2:3,4). 

Con­clusão

Quan­do Jesus soprou sobre os dis­cípu­los rece­ber­am o Espíri­to San­to para uma vida nova, mas não o bap­tismo no Espíri­to San­to para o min­istério. Este só mais tarde acon­te­ceu, no dia de Pen­te­costes. Assim como, após cinquen­ta dias de viagem, o Pai con­cedeu a Lei no Sinai, tam­bém o Fil­ho con­cedeu o Espíri­to San­to, da parte do Pai, cinquen­ta dias após a sua ressur­reição. A Lei serviu para ori­en­tá-los como aio até ao cumpri­men­to da promes­sa do Espíri­to. Quan­do este foi con­ce­di­do e entrou em função, pas­sou a ori­en­tar a vida dos red­imi­dos pelo sangue do Cordeiro e sela­dos pelo Espíri­to do Pai.

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