A UNÇÃO E SEUS USOS

shofar-uncaoLucas 7:45,46

Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés.”

Questão

Quantas espécies de unção havia nos tempos bíblicos? Segundo os trechos bíblicos existia a unção sagrada e a unção secular. A sagrada era dedicada aos utensílios do templo e seus ministros, e a profetas e reis. A secular era usada por e em pessoas que não fossem sacerdotes, profetas ou reis.

1.     A unção sagrada

a)   A unção dos ministros do templo

Êx 28:41 “E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos, e os ungirás e consagrarás, e os santificarás para que  me administrem o sacerdócio. O vocábulo futuro ungirás é no grego ‘chriseis’ que é o futuro de ‘chrio’ ungir, cujo adjectivo é ‘christos’ ungido.

Êx 40:15  “e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção (chrisma) lhes será por sacerdócio perpétuo pelas suas gerações. Lv 4:5  “Então o sacerdote ungido (christos) tomará do sangue do novilho e o trará à tenda da revelação;”

b)    A unção do Templo

Êx 40:9  “Então tomarás o óleo da unção (chrismatos) e ungirás (chriseis) o tabernáculo, e tudo o que há nele;” Jesus comparou este santuário como símbolo do seu corpo, quando disse: “Derribai este santuário, e em três dias o levantarei.” (Jo 2:19).

c)     A unção do Messias

Pedro, cheio do Espírito Santo, mencionou a profecia referente ao ungido do Senhor, narrada no Salmo 2.2: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido”, e identificou o seu cumprimento no Senhor Jesus, narrado em At 4:26:  “Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma, contra o Senhor e contra o seu ungido” (Christos).

 d)   A unção dos cristãos como templo de Deus

1 Jo 2.20 “Ora, vós tendes a unção (chrisma) do Santo e sabeis tudo.” A nossa unção provém de Cristo e sabemos tudo acerca da nossa salvação.

2.    A unção secular

a)    A unção do visitante

Lc 7:46 “Não me ungiste (gr. aleipho) a cabeça com óleo (gr. elaio, extraído da azeitona); mas esta com bálsamo (gr. myro) mungiu-me (aleipho) os pés.” Embora o visitante fosse Cristo, que, afinal, merecia honras, não foi usado o óleo especial da unção sagrada. Neste caso o óleo era o mais caro perfume, composto com mirra, que ofereciam como prenda de casamento. Por isso o seu valor era duplo: tinha valor monetário e valor sentimental.

b)     A unção para saúde

Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido‑o (aleipho) com óleo (elaio) em nome do Senhor.” (Tg 5:14). Este era o simples suco da azeitona, o qual contém propriedades medicinais, mas a oração é de suprema importância.

Sobre a prática da unção dos doentes com óleo fabricado conforme a receita narrada em Êxodo, importado de Israel, segundo dizem, o trecho bíblico afirma que: “Não se ungirá (chrio) com ele carne de homem; nem fareis outro de semelhante composição; sagrado é, e para vós será sagrado” (Êx 30:32).

Por conseguinte, não era permitido usar aquele óleo sagrado, usado somente para ungir indivíduos e utensílios para o serviço do templo, para outros fins.

c)     A unção para a morte

Jesus respondeu em defesa da mulher que o ungiu: “ela fez o que pôde; antecipou-se a ungir (myrizo, vb) o meu corpo para a sepultura” (Mr 14:8). Ela antecipou-se à morte do Senhor para cumprir a tradição, perfumando o corpo do Senhor com mirra (myron, sb).

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