O Serviço Cristão

O serviço cristão con­s­ta de cin­co itens, todos respei­tantes à nos­sa mis­são, emb­o­ra com auxílio do Espíri­to San­to, que são: Fru­to, Oração, Teste­munho, Con­tribuição e Beneficên­cia. A instrução de Paulo acer­ca deste assun­to é a seguinte: “De modo que, ten­do difer­entes dons segun­do a graça que nos foi dada, se é pro­fe­cia, seja ela segun­do a medi­da da fé; se é min­istério, seja em min­is­trar; se é ensi­nar, haja ded­i­cação ao ensi­no; ou que exor­ta, use esse dom em exor­tar; o que reparte, faça‑o com lib­er­al­i­dade; o que pre­side, com zelo; o que usa de mis­er­icór­dia, com ale­gria.”[1]

Fru­to

O Sen­hor foi bem claro quan­do afir­mou que uma pes­soa sem fru­to é inútil como a árvore que não pro­duz: “E já está pos­to o macha­do á raiz das árvores; toda árvore, pois, que não pro­duz bom fru­to é cor­ta­da e lança­da no fogo.”[2] E na parábo­la da sementeira esclarece que “Aque­les que foram semea­d­os em boa ter­ra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fru­to, a trin­ta, a sessen­ta, e a cem, por um.”[3] Não deve­mos, todavia, de for­ma algu­ma, per­mi­tir que as adver­si­dades da vida sufo­quem a boa semente para que não pro­duza o fru­to esper­a­do: “E out­ra caiu entre espin­hos; e cresce­r­am os espin­hos, e a sufo­caram; e não deu fru­to.”[4]

Os cristãos são con­heci­dos através do fru­to dado, de acor­do com Jesus: “Porque cada árvore se con­hece pelo seu próprio fru­to; pois dos espin­heiros não se col­hem figos, nem dos abrol­hos se vin­di­mam uvas.”[5] “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem per­manece em mim e eu nele, esse dá muito fru­to; porque sem mim nada podeis faz­er… Nis­to é glo­ri­fi­ca­do meu Pai, que deis muito fru­to; e assim sereis meus dis­cípu­los.”[6]

O após­to­lo Paulo esclarece as car­ac­terís­ti­cas do fru­to cristão des­ta maneira: “Mas o fru­to do Espíri­to é: o amor, o gozo, a paz, a lon­ga­n­im­i­dade, a benig­nidade, a bon­dade, a fidel­i­dade.”[7] Viv­er des­ta maneira é prestar um ópti­mo serviço a Deus e à humanidade para ter­mos um mun­do melhor.

Oração

A oração é a res­pi­ração da alma. Assim como o físi­co pre­cisa de se lib­er­tar das tox­i­nas e rece­ber ar purifi­ca­do, tam­bém a alma carece de purifi­cação con­stante para viv­er eter­na­mente com Deus. Cer­ta vez “esta­va Jesus em cer­to lugar oran­do e, quan­do acabou, disse-lhe um dos seus dis­cípu­los: Sen­hor, ensi­na-nos a orar como tam­bém João ensi­nou aos seus dis­cípu­los. Ao que ele lhes disse: Quan­do orardes dizei: Pai, san­tifi­ca­do seja o teu nome; ven­ha o teu reino…”[8]

Como obser­va­mos, a oração é dirigi­da ao Pai, emb­o­ra seja em nome do Fil­ho, con­forme Ele ensi­nou: “e tudo quan­to pedird­es em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glo­ri­fi­ca­do no Fil­ho.”[9] “Por isso vos digo que tudo o que pedird­es em oração, crede que o rece­bereis, e tê-lo-eis.”[10] Os primeiros dis­cípu­los de Jesus eram ded­i­ca­dos à oração, con­forme o teste­munho de Lucas no livro de Actos: “Todos estes per­se­ver­avam unanime­mente em oração com as mul­heres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.”[11]

Os após­to­los assev­er­am que o seu min­istério era apoia­do pela oração sis­temáti­ca: “Mas nós per­se­ver­aremos na oração e no min­istério da palavra.”[12] E acon­sel­ham os cristãos a seguir o exem­p­lo deste modo: “Ale­grai-vos na esper­ança, sede pacientes na tribu­lação, per­se­verai na oração.”[13] A oração deve incluir a neces­si­dade de todos os irmãos, como está escrito: “…com toda a oração e súpli­ca, oran­do em todo o tem­po no Espíri­to e, para o mes­mo fim, vigian­do com toda a per­se­ver­ança e súpli­ca por todos os san­tos.”[14] “Con­fes­sai, por­tan­to, os vos­sos peca­dos uns aos out­ros, e orai uns pelos out­ros, para serdes cura­dos. A súpli­ca de um jus­to pode muito na sua actu­ação.”[15]

Existe ain­da o con­sel­ho acer­ca da oração às refeições: “…pois todas as coisas cri­adas por Deus são boas, e nada deve ser rejeita­do se é rece­bido com acções de graças; porque pela palavra de Deus e pela oração são san­tifi­cadas.”[16]

Teste­munho

O teste­munho é uma declar­ação fun­da­men­ta­da daqui­lo que se afir­ma. Jesus declar­ou que as obras feitas por Ele eram o seu teste­munho práti­co: “Respon­deu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não cre­des. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão teste­munho de mim… e tam­bém vós dareis teste­munho porque estais comi­go des­de o princí­pio.”[17]

Actual­mente, quem acom­pan­ha com Jesus tor­na-se igual­mente uma teste­munha, con­forme a sua promes­sa: “Mas rece­bereis poder, ao descer sobre vós o Espíri­to San­to, e sereis min­has teste­munhas, tan­to em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos con­fins da ter­ra.”[18]

O teste­munho exige de cada cristão uma renún­cia total de modo a viv­er uni­ca­mente para teste­munhar do evan­gel­ho da graça de Deus, como afir­mou Paulo: “…em nada ten­ho a min­ha vida como pre­ciosa para mim, con­tan­to que com­plete a min­ha car­reira e o min­istério que rece­bi do Sen­hor Jesus para dar teste­munho do evan­gel­ho da graça de Deus.”[19] E João con­fir­ma, na sua visão apoc­alíp­ti­ca, como acon­te­ceu a der­ro­ta de Satanás: “Eles o vence­r­am pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu teste­munho; e não ama­ram as suas vidas até a morte.”[20]

Con­tribuição

A con­tribuição é igual­mente de supre­ma importân­cia par o reino de Deus. É con­heci­do o dito pop­u­lar que diz: “ninguém faz omeletes sem ovos”. Quer diz­er que nada se con­strói sem gas­tos físi­cos e finan­ceiros. Esta foi a exper­iên­cia e a con­fis­são do após­to­lo Paulo: “Eu de muito boa von­tade gastarei e me deixarei gas­tar pelas vos­sas almas. Se mais abun­dan­te­mente vos amo, serei menos ama­do?”[21]

Paulo con­fes­sa que rece­beu salário de diver­sas igre­jas para servir noutros lugares.[22] Além dis­so, o após­to­lo faz refer­ên­cia à con­tribuição para a beneficên­cia: “vis­to como, na pro­va deste min­istério, eles glo­ri­fi­cam a Deus pela sub­mis­são que con­fes­sais quan­to ao evan­gel­ho de Cristo, e pela lib­er­al­i­dade da vos­sa con­tribuição para eles, e para todos.”[23] E acon­sel­ha: “Cada um con­tribua segun­do propôs no seu coração; não com tris­teza, nem por con­strang­i­men­to; porque Deus ama ao que dá com ale­gria.”[24]

Beneficên­cia

A beneficên­cia é o acto de praticar o bem jun­to de quem dele neces­si­ta. É um serviço desin­ter­es­sa­do de lucro pes­soal; visa somente ben­e­fi­ciar aque­le que pre­cisa da nos­sa aju­da. Logo no iní­cio da Igre­ja os após­to­los sen­ti­ram a neces­si­dade de orga­ni­zar a beneficên­cia para eles ficarem alivi­a­dos e mais ded­i­ca­dos ao min­istério da pre­gação e da oração. [25]

Quan­do Ágabo rev­el­ou em Jerusalém que have­ria grande fome no futuro próx­i­mo, “os cristãos dali resolver­am man­dar, cada um con­forme suas poss­es, socor­ro aos irmãos que habitavam na Judeia.”[26] Paulo con­ta que os crentes da Macedó­nia “…segun­do as suas poss­es, e ain­da aci­ma das suas poss­es, der­am vol­un­tari­a­mente, pedin­do-nos, com muito encar­ec­i­men­to, o priv­ilé­gio de par­tic­i­parem deste serviço a favor dos san­tos.”[27] “Porque a admin­is­tração deste serviço não só supre as neces­si­dades dos san­tos, mas tam­bém trans­bor­da em muitas acções de graças a Deus.”[28]

A vol­un­tariedade era muito impor­tante entre os primeiros cristãos. Paulo diz que “pare­ceu bem à Macedó­nia e à Aca­ia lev­an­tar uma ofer­ta fra­ter­nal para os pobres den­tre os san­tos que estão em Jerusalém.”[29] “E, quan­do tiv­er chega­do, man­darei os que por car­ta aprovardes para levar a vos­sa dádi­va a Jerusalém.”[30]

E o após­to­lo acon­sel­ha que “não nos canse­mos de faz­er o bem, porque a seu tem­po cei­fare­mos, se não hou­ver­mos des­fale­ci­do. Então, enquan­to temos opor­tu­nidade façamos bem a todos, mas prin­ci­pal­mente aos domés­ti­cos da fé.”[31]

ASSIM SEJA


[1] Rm 12:6–8[2]Mt 3:10

[3] Mc 4:20

[4] Mc 4:7

[5] Lc 6:44

[6] Jo 15:5,8

[7] Gl 5:22

[8] Lc 11:1,2

[9] Jo 14:13

[10] Mc 11:24

[11] At 1:14

[12] At 6:4

[13] Rm 12:12

[14] Ef 6:18

[15] Tg 5:16

[16] 1 Tm 4:4,5

[17] Jo 10:25; 15:27

[18] At 1:8

[19] At 20:24

[20] Ap 12:11

[21] 2 Co 12:15

[22] 2 Co 11:8

[23] 2 Co 9:13

[24] 2 Co 9:7

[25] At 6:3

[26] At 11:29

[27] 2 Co 8:3,4

[28] 2 Co 9:12

[29] Rm 15:26

[30] 1 Co 16:3

[31] Gl 6:9,10

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