João foi desterrado para a ilha de Patmos e obrigado a trabalhar nas minas por causa de Cristo, cerca de 95 d.C. Nas suas meditações habituais recebeu a revelação dos acontecimentos futuros, que escreveu em livro cujo nome é extraído da sua primeira palavra grega “Apocalypsis” que significa “Revelação”. Esta revelação visa corrigir, confortar e fortalecer as igrejas que estavam passando dificuldades e várias provações. A sua mensagem continua útil para as igrejas de todos os tempos.
O Livro pode ser dividido em três secções:
Secção I “As coisas que vês” 1.1–20.
Secção II “As coisas que são” 2.1–3.22.
Secção III “As coisas que serão” 4.1–22.21.
Princípios para a bem-aventurança, 1.3
O primeiro princípio é o hábito da leitura da Palavra de Deus porque nos revela a verdade a respeito de Deus, da criação e de nós mesmos. O segundo princípio é o hábito de ouvir a Palavra de Deus porque este produz fé na vitória pela graça de Jesus. O terceiro princípio é o hábito de obedecer à Palavra de Deus porque garante a salvação; Mt 7.21. Por conseguinte, vivamos nestes princípios e seremos bem-aventurados, porque bem-aventurados são os fiéis.
Revelação do imprimatur do livro, 1.4–8
A fonte da revelação é o Pai, que era, que é, e será eternamente. Ele assinou esta revelação enviada às igrejas. É também da parte dos sete Espíritos que estão diante do trono. Isto é, aqui observa-se a acção conjunta do Espírito de Deus na revelação, conforme se lê em Isaías 11.2: Espírito de Javé, de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de conhecimento e de temor.
É da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o agente dessa revelação. O primogénito dos mortos, que venceu a morte e vive para sempre. O príncipe dos reis da terra, o principal, o todo-poderoso. O que nos ama de verdade, cujo amor foi provado na sua morte. Porque ninguém tem maior amor do que dar a sua vida pelos seus amigos; Jo 15.13. Ora, Jesus deu a vida por pecadores, por gente que o desprezava.
Ele foi misericordioso e nos lavou dos pecados pela fé no seu sangue (1 Co 6.11) para nos fazer reino, sacerdotes para Deus, cuja missão é atrair os povos para Ele a fim de glorificá-lo. A nossa função é ajudar as pessoas a fazer tudo para glória de Deus. Como escreveu Paulo: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus” 1 Co 10.31.
Jesus apresentou-se como o Alfa e o Omega. São a primeira e a última letras do alfabeto grego, significando que Ele é o primeiro e o último, o único Senhor, absoluto; aquele que deu a sua vida para dar a vida eterna aos mortos e voltará para recebê-los. Portanto, perante a perseguição, os cristãos têm aquele que é tudo para todos os que crêem naquele que deu a vida por eles.
Revelação de Cristo glorificado, 9–16
João viu sete castiçais de ouro, e, no meio, estava alguém semelhante ao Filho do Homem. Este tratamento refere-se, sem dúvida, a Jesus, que sempre se identificou com o Filho do Homem. O seu corpo no meio de sete castiçais revela que Ele está no controle das igrejas. A semelhança humana revela a sua humanidade. Ele, em tudo era humano como nós, porém, com a graça divina. A veste comprida indica o seu sacerdócio universal, intercedendo por nós perante o Pai. O cinto de ouro declara a sua realeza divina. Ele é Rei divino com soberania sobre os humanos.
A visão da sua cabeça: O seu rosto como o sol revela a sua grande glória junto do Pai. Os seus cabelos brancos indicam a sua vida eterna. Os seus olhos penetrantes como fogo manifestam o seu juízo; Hb 4.13. A sua voz indica a sua autoridade para julgar; Act 17.31. A espada que saia da sua boca declara a autoridade da sua palavra; Hb 4.12; Ap 19.15. A visão dos seus pés: O latão indica que a sua justiça é divina. O brilho manifesta que passou pela fornalha da aflição. A visão das suas mãos: As sete estrelas indicam que as igrejas estão seguras na sua mão. Jesus, certa vez, afirmou que: às suas ovelhas ele dá a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da sua mão; Jo 10.28. Ainda mais: estando na sua mão, brilhamos como estrelas no firmamento; Fp 2.15.
Confirmação de Cristo glorificado, 17–20
Perante aquela visão tão gloriosa, João desmaiou. Ele foi incapaz de manter-se em pé na presença do santíssimo Senhor. Ficou tão absorvido pela realidade da visão que desfaleceu e caiu por terra. Então, Jesus reanimou‑o com palavras de confiança. Jesus sempre age com expressões de alento para que não permaneçamos caídos. Ele quer ver-nos erguidos na sua presença.
Jesus apresentou-se a João como “o primeiro e o último”. Antes dele não houve, e depois dele não haverá igual a Ele. Pedro, no dia de Pentecostes, afirmou que na terra não há outro nome pelo qual possamos ser salvos. Só há um nome que nos garante a salvação: é Jesus, o qual significa que só Ele é o salvador; Act 4.12. Ele é aquele que foi morto, mas está vivo para sempre. Foi capaz de vencer a morte e concedeu-nos esse privilégio. Quando Ele afirmou ter as chaves da morte e do hades declarou que detinha o poder da vitória sobre a morte;1 Co 15.26,55. Eis as três doutrinas cardeais em que os cristãos acreditam: Jesus foi morto por nossos pecados, ressuscitou para nossa justificação, e ascendeu ao céu para interceder por nós.
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