O Nosso Destino

O nosso destino depende de cinco factores fundamentais que são: Pensamentos, palavras, acções, hábitos e carácter. Debrucemo-nos atentamente sobre estas características a fim de decidirmos sobre o nosso futuro. E no topo da lista encontram-se os pensamentos como a base fundamental do nosso destino.

I. Pensamentos

Passado pouco tempo após a criação, a humanidade caiu na corrupção, e diz a Escritura que “Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente” (Gn 6:5). Devido aos seus maus pensamentos, os contemporâneos de Noé estavam praticando más acções que determinaram o seu destino sofrendo então o terrível dilúvio que os consumiu.

Mais tarde, o profeta Elias confronta o povo de Israel com dois pensamentos, cujo destino foi marcado por eles, como ficou escrito: “E Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui‑o; mas se Baal, segui‑o. O povo, porém, não lhe respondeu nada” (1 Rs 18:21).

Visto que ninguém pode servir dois senhores, nem andar em dois caminhos ao mesmo tempo, o futuro de Israel foi ter de abandonar a sua terra e partir para terras distantes por ordem de Deus. O profeta Jeremias confirma o castigo de Deus ao seu povo e alerta a terra desta forma: “Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei o mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos, porque não estão atentos às minhas palavras; e quanto à minha lei, rejeitaram-na” (Jr 6:19).

O salmista escreveu que devido ao seu orgulho e por pensarem que não há Deus, os ímpios não buscam o seu criador para adorá-lo, obedecer-lhe e servi-lo (Sl 10:4). Por este motivo, os seus pensamentos determinam o seu destino: Quem hoje não tem Deus por Pai e salvador, enfrentá-lo‑á como juiz no futuro. Por isso, escreveu o profeta Isaías este maravilhoso conselho: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar” (Is 55:7).

Por este motivo, Paulo aconselha o seguinte: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fl 4:8).

II. Palavras

Os pensamentos podem ser transformados em palavras e acções, boas ou más. Este procedimento delineia o nosso destino, bom ou mau. O salmista lamenta os seus contemporâneos que alimentam maus pensamentos a seu respeito e dão outro sentido às suas palavras para o prejudicar e questiona se eles escaparão ao juízo divino: “Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal” (Sl 56:5). Apesar de ele ser um homem segundo o coração de Deus, havia sempre quem o censurasse e lhe quisesse mal.

Moisés, que foi convidado por Deus para cumprir uma nobre missão, foi incompreendido e censurado pelos israelitas quando se achavam em dificuldade: “E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e Arão; e toda a congregação lhes disse: Antes tivéssemos morrido na terra do Egipto, ou tivéssemos morrido neste deserto” (Nm 14:2). Por isso, Paulo entregou à Igreja este sábio conselho: “E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor” (1 Co 10:10). “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo” (Fl 2:14).

As nossas palavras podem ser edificantes ou destruidoras. Depende do uso que lhes dermos, conforme declarado em provérbios 21:28: “A testemunha mentirosa perecerá; mas o homem que ouve falará sem ser contestado.” Em vista disso, convém ter cuidado com a língua e não permitir que fale desonestidades. Como aconselha Paulo: “Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros… Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem” (Ef 4:25,29).

E o Senhor Jesus adverte com muita propriedade: “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12:36,37).

III. Acções

Foi ainda o Senhor quem disse que “o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias” (Mt 15:18,19). Estas más acções começaram no pensamento, foram pronunciadas, desceram ao coração e germinaram produzindo pecado.

Tiago assevera que o pecado sendo consumado gera a morte (Tg 1:15). Foi este o castigo dos malfeitores que morreram ao lado de Jesus, de que um deles confessou o cumprimento da justiça: “E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez” (Lc 23:41).

Oiçamos então este maravilhoso conselho de Paulo: “Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua” (Rm 14:19). Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação” (Rm 15:2).

IV. Hábitos

Muitas acções repetidas criam hábitos que se tornam rotineiros, chegando mesmo ao vício com os seus respectivos resultados, bons ou maus. Quando a nação de Israel foi libertada por Deus teve de aprender novos hábitos durante quarenta anos, como está escrito: “(Deus) suportou-lhes os maus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos” (At 13:18). Paulo adverte-nos a respeito das nossas companhias para evitarmos os seus maus hábitos: “Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33).

Então, somos advertidos por Jesus para seguirmos o Seu exemplo e assim criarmos bons hábitos ao serviço de Deus e do próximo: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13:15). E Timóteo é aconselhado a criar bons hábitos para ser o exemplo dos fiéis: “Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Tm 4:12).

Igualmente, Tito é aconselhado a criar bons hábitos para ser exemplo de boas obras: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integridade, sobriedade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2:7,8).

V. Carácter

O carácter é a marca pessoal, a índole individual, a natureza do indivíduo, ou feitio moral. Esta natureza humana é formada pelos quatro itens anteriores ao longo dos anos para o bem ou para o mal. Como escreveu S. Paulo: “todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais” (Ef 2:3).

E Pedro assegura que é possível participar da natureza de Deus, conforme segue: “Ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2 Pd 1:4). “Por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento, e ao conhecimento o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor.” (2 Pd 1:5–7).

Finalmente, Paulo deixa-nos a marca do carácter divino em nós: “Sede pois imitadores de Deus como filhos amados, e andai em amor como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef 5:1,2).

Conclusão

Por conseguinte, o nosso destino é determinado pelo nosso carácter, que por sua vez é formado por pensamentos, palavras e hábitos. Como retribuição receberemos o bem ou o mal. A este respeito, Jesus alertou-nos com as seguintes palavras dirigidas a quem tiver um carácter iníquo: “Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade” (Mt 7:23). E mais adiante: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos” ( Mt 25:41). Isto significa afastamento de Deus para a eternidade.

Porém, aos possuidores de um carácter semelhante ao do Pai celestial Ele diz: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34). ASSIM SEJA

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