O mártir Estêvão mencionou os saídos do Egipto como “a igreja no deserto,” a qual fora escolhida por Deus para cumprir uma missão especial (At. 7.38). Porém, falhou nessa missão.
O Senhor Jesus fundou outra igreja a quem entregou a missão de proclamar o reino de Deus por toda a parte (Mt. 16.18).
O Fundamento da Igreja é o próprio fundador. Por conseguinte, a pedra basilar é Cristo, seguida pelo fundamento apostólico (Ef. 2.20). Os cristãos são também considerados pedras vivas na edificação da casa espiritual de Deus (1 Pd. 2.4,5). Os bons fundamentos são as doutrinas apostólicas que eles nos legaram por escrito. E, no princípio, perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas orações (At. 2.42). Assim deve ser continuamente entre nós.
Os membros da Igreja são todos os que crêem em Cristo At. 5.14; O requisito apostólico exigido era: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At. 16.31). São aqueles que confessam verbal e publicamente a sua fé. Pois, “se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm. 10.9). São baptizados em água conforme o exemplo do seu fundador. “Disse-lhes Pedro: arrependei-vos e em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At. 2.38).
Na casa de Cornélio, Pedro ordenou que os crentes fossem baptizados (At.10.48). Os membros da Igreja demonstram o fruto do Espírito Santo como sinal da presença de Cristo (Gl. 5.22). Os membros da Igreja estão ocupados no ministério da reconciliação (2 Co. 5.18).
As características da Igreja são todas as coisas que a mesma possui e a distinguem no mundo. Estando no mundo, não é deste mundo porque está separada do mundo e consagrada ao serviço exclusivo de Deus (Jo. 17.16).
1. A Igreja é um organismo vivo, assim como um corpo vivo, composto por células, em renovação e crescimento constante. Em cooperação, ela multiplica-se enchendo a terra do conhecimento de Deus (At. 5.14; 17.6).
2. A Igreja é santa, como é santo o seu fundador. Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela para a santificar (Ef. 5.27). Pedro aconselha-nos a ser santos em toda a maneira de viver, como é santo aquele que nos chamou (1 Pd. 1.15). Por isso, os escritores dirigiam as suas cartas aos santos existentes nas cidades. Por exemplo: “Paulo, aos santos que estão em Éfeso” (Ef. 1.1). “Aos santificados em Cristo Jesus” (1 Co. 1.2).
3. A Igreja é uma comunhão universal. Como Jesus pediu ao Pai: “que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo. 17. 22,23). A comunhão para ser perfeita tem de ser trilateral; isto é, deve existir na forma triangular, com o Pai, com o Filho, e com os irmãos, morada do Espírito Santo (1 Jo. 1.3). Esta comunhão é possível mediante a reconciliação universal, cujo ministério foi entregue à Igreja (2 Co. 5.19).
4. É a grande família de Deus, onde não há graus de parentesco, mas todos são irmãos, nascidos do mesmo Pai do céu (Ef. 2.19). E, como família que é, os membros cuidam uns dos outros de modo a suprir as sua faltas.
5. Finalmente, as grandes marcas da Igreja cristã são: Fé, Esperança, Amor, mas a maior é o Amor “agaph” (ágape) (1 Co. 13.13). Porque Deus é amor, quem ama é nascido de Deus, e conhece a Deus, e Deus está nele; quem não ama não é nascido de Deus, não conhece a Deus, e Deus não está nele (1 Jo. 4.7, 8,12).
O Seviço da Igreja
Quando Jesus chamou os discípulos entregou-lhes a missão de anunciar em todos os lugares a chegada do reino de Deus e de operar sinais confirmativos dessa mesma realidade (Mt. 10.7,8. Mc.16.15,17). Eis o seu exemplo para os nossos ias:
Eles eram o sal da terra e a luz do mundo com a sua influência na sociedade (Mt.5.13–16). Por causa da sua comunhão caíram na graça do povo (Act. 2.47). Eram todos um coração e uma alma compartilhando das necessidades (Act. 4.32). Eram imitadores dos apóstolos no seu testemunho activo (1 Ts. 1.6,7). Proclamavam diariamente a morte e a ressurreição de Cristo, como Ele havia ordenado (Lc. 24.47,48; Act. 3.15). Eram testemunhas destemidas e fiéis (Act. 4.33; 8.4,5). Eles eram pregadores fiéis à mensagem recebida (Act. 10.39–42; 1Co. 2.2; 15.3,4, 15,20).
Finalmente, conquistaram o mundo com o seu testemunho (Act. 17.6). A sua mensagem era Cristo crucificado, morto e ressuscitado (1 Co. 2.2; 15.3,4). Era o Cristo vivo na Igreja e o reino de Deus na terra (Act. 8.12; 20.25; 28.23,31). Paulo esclarecia que o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm. 14.17). O reino de Deus consta da presença do Espírito de Deus nos corações humanos governando todas as suas acções. É no coração do homem que Deus quer ter o seu gabinete para dirigir a sua vida.