A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
Deus não é de confusão, mas de ordem. Temos um maravilhoso exemplo no universo. Tudo obedece a normas estabelecidas pelo Criador. Não haveria de ser diferente na sua nova criação, a Igreja. Todavia, Jesus não fundou uma organização eclesiástica. Ele criou um organismo vivo, com a Sua presença, em obediência a princípios divinos, a fim de prevalecer sobre o império das trevas e da maldade.
Com o crescimento da Igreja fez-se sentir a necessidade de recrutar pessoas dedicadas para ajudarem nas tarefas espirituais e sociais da mesma. E onde há pessoas servindo deve haver quem as lidere, para que o seu serviço seja harmonioso e sem atropelos. Isto é, cada grupo de serviço deve possuir a sua liderança, por sua vez também sujeita a uma liderança superior, que culmina no Senhor Jesus, o supremo Líder (cf. 1 Co. 12.28).
O primeiro exemplo de organização foi dado pelos conselhos de Jetro, o sogro de Moisés, a fim de aliviá-lo da pesada carga que sozinho suportava na liderança do povo (Êx. 18.20,22). O segundo exemplo, embora visasse exclusivamente facilitar a distribuição dos pães e dos peixes, é dado pelos relatos de Marcos e Lucas: (Mc. 6.39,40 e Lc. 9.13–15). Ambos ordenaram grupos para haver melhor liderança. Há, todavia, uma condição imposta por Jesus, o supremo líder: Os primeiros serão servos de todos (Mc. 9.35). Pois, quem não vive para servir não serve para viver.
Os apóstolos fizeram eleger uma equipa de ajudantes que aliviassem a sua tarefa (At. 6.2–4). Eles deviam dedicar-se primariamente ao estudo da Palavra e à oração. Mais tarde foram eleitos presbíteros em cada igreja para que cuidassem do rebanho enquanto os apóstolos viajavam na sua missão (At. 14.23). Paulo aconselhou a Tito para que em cada cidade estabelecesse presbíteros capazes, com formação moral, social e teológica, a fim de cuidarem do povo do Senhor (Tt. 1.5–9). O relacionamento das igrejas locais foi sempre de cooperação (Rm. 15.26,27; 2 Co. 8.4; 2 Co. 11.8; Fl. 2.25). Jamais alguém deverá dizer: “Não preciso de ti” porque todos os membros são necessários ao corpo (1 Co. 12.20–22).
O FUTURO DA IGREJA
Quando chegar o tempo determinado a Igreja será chamada a encontrar-se com o seu Senhor nos ares, e ficará para sempre com Ele. Dele temos a promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas…vou preparar-vos lugar…virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo. 14.2,3). A confirmação foi dada pelos anjos que disseram: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há-de vir assim como para o céu o vistes ir” (At. 1.11).
Considerando esta realidade “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap. 19.7). Porque “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim, estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts. 4.16,17).
À semelhança de Abraão esperamos “a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb. 11.10). “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb. 13.14). “A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp. 3.20). Jesus mostrou a João esta cidade cujos fundamentos são pedras preciosas, as portas são doze pérolas, e a praça da cidade de ouro puro como vidro transparente (Ap. 21.19–21).
O Senhor Jesus prometeu levar os seus discípulos para novas moradas e, naturalmente, cumprirá a Sua promessa; Jo. 14.1–3. Por este motivo os apóstolos acreditavam que os fiéis a Cristo não passariam pela grande tribulação. Embora tenham ensinado que importa entrar no reino de Deus por muitas tribulações, não se referiam ao porvir, mas ao presente (At. 14.22; Rm. 8.18; 2 Co. 7.4).
Ainda que Jesus tenha ensinado que no mundo teremos aflições, ou tribulações, referia-se ao tempo presente da Igreja (Jo. 16.33), e não à grande tribulação infligida pelo anticristo, como nunca houve desde o princípio (Mt. 24.21). Por que permitiria Ele que os seus santos fossem destruídos por gente ímpia deixando de cumprir a sua promessa? Além disso, Paulo escreveu que esperava a redenção do Copo, para o que fomos selados, cujo penhor de garantia é o Espírito Santo (Rm. 8.23; Ef. 1.13,14; 4.30). Em Ef. 1.7 lemos da redenção espiritual, enquanto no verso 14 se lê da redenção física. Jesus deu instruções acerca dos sinais que precederiam a redenção do Corpo (Lc. 21.28).
Paulo lembra aos cristãos de Tessalónica algumas características da fé: Conversão dos ídolos, serviço ao Deus vivo, e esperança no livramento da ira futura (1 Ts. 1.9,10). Em 3.13 aconselha santidade a fim de sermos encontrados irrepreensíveis (com todos os santos) na vinda do Senhor. Ainda, em 4.14 esclarece que se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo também Deus levará (“axei” é o futuro do verbo grego levar) com Jesus os que dormem, para encontrar o Senhor nos ares, v. 17. Em 5.8,9 o apóstolo escreve sobre a esperança da salvação porque não fomos destinados para a ira. Esta esperança não pode ser outra senão a salvação da grande tribulação para os fiéis.
O exposto acima esclarece Ap. 3.10 que diz: “Porque guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da provação que há-de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam sobre a terra.”