A Disciplina na Igreja
A Igreja é o povo de Deus e, como tal, deve ser bem ordenada, assim como o seu Senhor o é. Porque Deus não é de confusão, mas de paz e de ordem. Um povo disciplinado procura que tudo contribua para glória de Deus (1 Co. 14.33,40). Só em Hebreus 12.5–11 aparecem oito vezes o substantivo e o verbo gregos referentes à disciplina. O mesmo vocábulo “paideuw” (paidéuô) é traduzido noutros lugares da Bíblia por instruir, ensinar, aprender, repreender, e castigar.
Disciplina pelo ensino
I. A prevenção divina é o melhor para os filhos. Paulo atesta que toda a Escritura é divinamente inspirada para instruir em justiça, isto é, disciplinar com instrução (2 Tm. 3.16). O principal meio de disciplina é ensinar pelas Sagradas Escrituras a renunciar à impiedade (Tt. 2.12). Assim, somos disciplinados pelo Senhor para não sermos condenados com o mundo (1 Co. 11.32).
Além disso, o Senhor deu à igreja ministérios de ensino visando a disciplina pela instrução (1 Tm. 3.2; Tt. 1.5,9; 2.1; 3.1). Todos os membros do corpo devem sentir este zelo de prevenção pelo estímulo mútuo (Hb. 10.24). Paulo aconselha esta prevenção: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas, porque fazendo isto te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm. 4.16).
II. A terapia divina é a acção correctiva que Deus registou nas Escrituras. O Pai celestial tem extremo cuidado dos seus filhos, à semelhança dos nossos pais (Hb. 12.5–8). Paulo exorta Timóteo e Tito para que corrijam com mansidão os desordenados (2 Tm. 2.24,25; 4.1,2; Tt. 2.15). As Escrituras ensinam-nos como aplicar adequadamente esta terapia:
a) No caso de ofensa pessoal, deve-se procurar o ofendido e esclarecer com ele o facto visando o perdão (Mt. 18.15–22).
b) Em caso de tentação, ou queda, Paulo aconselha que “os espirituais devem encaminhar o tal com espírito de mansidão;” Levando as cargas uns dos outros cumpriremos a lei de Cristo (Gl. 6.1. Rm. 15.1).
c) Em caso de desobediência devem, primeiro, ser admoestados os desordeiros (1 Ts. 5.14). Se não se corrigir deve ser apartado, visando o arrependimento; (2 Ts. 3.6,14,15). Porém, tudo deve ser feito com amor visando a recuperação do faltoso.
Disciplina por sanções
No caso de imoralidade permanente o tal deve ser expulso (1 Co. 5.1–13). O remédio é tirar a fruta podre para não estragar a restante. Porém, o verso onze menciona outros factos que merecem ser considerados, juntamente com os versos dez e onze do capítulo seis. Como tratar com os avarentos, idólatras, maldizentes, e beberrões, os quais não herdarão o reino de Deus?
No caso de heresia, primeiro é preciso definir o que é heresia em relação às doutrinas cristãs. Nem tudo é considerado heresia. Paulo aconselha que o homem herege, depois de uma e outra admoestação, deve ser evitado (Tt. 3.10,11). João diz que “todo aquele se rebela, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus” (2 Jo. 9–10).
Finalmente, Paulo aconselha “que noteis os que promovem dissensões e escândalos, contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles (Rm.16.17,18). Em qualquer caso o alvo é sempre recuperar o afastado (Tg. 19,20).
“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap. 22.14).
O Futuro da Igreja
Quando chegar o tempo determinado a Igreja será chamada a encontrar-se com o seu Senhor nos ares, e ficará para sempre com Ele. Dele temos a promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas…vou preparar-vos lugar…virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo. 14.2,3). A confirmação foi dada pelos anjos que disseram: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há-de vir assim como para o céu o vistes ir” (Act. 1.11).
Considerando esta realidade “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap. 19.7). Porque “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim, estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts. 4.16,17).
À semelhança de Abraão esperamos “a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb. 11.10). “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb. 13.14). “A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp. 3.20). Jesus mostrou a João esta cidade cujos fundamentos são pedras preciosas, as portas são doze pérolas, e a praça da cidade de ouro puro como vidro transparente (Ap. 21.19–21).
“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap. 22.14).