Embora a Bíblia não contenha a palavra “trindade” e afirme que há um só Deus, contém declarações doutrinárias sobre a Triunidade Divina. Há necessidade de reconhecer duas espécies de unidade: a unidade absoluta e a unidade composta. A Triunidade é uma unidade composta em perfeita igualdade de natureza, poder e autoridade. Devem-se tomar em consideração algumas ilustrações internas e externas sobre a Trindade.
Ilustrações internas da Triunidade
As ilustrações internas são as expressões encontradas na Bíblia fazendo referência à Triunidade. As três pessoas, ainda que distintas, estão unidas como uma só e cooperam no mesmo propósito. Quando o Pai cria, as outras duas pessoas estão presentes agindo na criação. Quando o Filho redimiu, os outros dois estiveram envolvidos na redenção. O Espírito Santo é quem santifica, mas o Pai e o Filho colaboram igualmente na santificação.
Certa vez Filipe disse a Jesus: “Senhor mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu, mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai e o Pai em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras;” Estas palavras revelam perfeita unidade (Gn. 1.1,26; Jo. 14.8–11).
Há quem veja a Trindade revelada no Antigo Testamento, na tríplice doxologia de Isaías 6.3: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos.” Pois sabemos pelas Escrituras que o Pai é santo, o Filho é santo, e o Espírito é santo. Deus é Santíssimo. A Trindade parece estar revelada no Novo Testamento. As três pessoas unidas são mencionadas no relato do baptismo de Jesus. “E sendo Jesus baptizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mt 3.16,17).
São também mencionadas na fórmula trinitária do baptismo, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28.19). Esta expressão trinitária não exige três mergulhos na água, mas, tão somente, a referência ao Deus que é trinitário, em nome do qual se está celebrando o baptismo. Enquanto o Pai enviou o Filho pelo poder do Espírito, Lc. 1.35); o Filho enviou o Espírito da parte do Pai. Como ficou escrito: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador para que fique convosco para sempre (Jo. 14.16,17,23,26).
A Trindade glorifica-se mutuamente. O Filho glorifica o Pai; o Pai glorifica o Filho; e o Espírito glorifica o Filho (Jo. 13.31,32; 16.13, 14). Pelo Filho todos temos acesso ao Pai no mesmo Espírito (Ef. 2.18). Porque o Filho ofereceu ao Pai sangue pelo Espírito eterno temos a garantia de ser aceites sem alguma reserva pelo Pai, conforme lemos em Hebreus 10.19,20: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne.” O valor deste sangue dá-nos a possibilidade de chegar a Deus com fé, pureza e esperança (vv. 22,23).