LIÇÃO 12 

A REFORMA NAS AMÉRICAS 

Foi um grupo daqueles puritanos congregacionais que emigraram no Mayflower, para os Estados Unidos. Estes decidiram procurar novas terras onde poderiam construir em liberdade uma nova sociedade com governo teocrático à maneira bíblica. Assim, em Dezembro de 1620, cem colonos, incluindo homens, mulheres e crianças, desembarcavam em Plymouth, na baía de Massachussets.

Os primeiros meses foram difíceis para os peregrinos. Uma epidemia varreu cerca de cinquenta colonos que morreram durante o rigoroso inverno. Mas, na primavera seguinte, os índios ensinaram-lhes a cultivar o milho. Com base na cultura, na pesca e na caça, os colonos puderam vencer e pagar as suas dívidas. Quando chegou o outono tinham abundância para o inverno seguinte e celebraram uma festa de acções de graças, que se repete anualmente em princípios de Novembro. Pouco depois, outro grupo de mil puritanos se lhes juntaram, seguidos por mais cerca de dez mil descontentes com a igreja oficial inglesa.

Como o seu propósito era fundar uma sociedade segundo princípios bíblicos, um pequeno modelo do reino de Deus, organizaram-se democraticamente e reconheceram a autonomia das igrejas locais. Todavia, esta autonomia era relativa porque criam na necessidade de aceitar uma Confissão de Fé como elo de união entre todos. A fim de evitar que alguém provocasse desordens na colónia, ainda no navio elaboraram um documento de disciplina, o "Mayflower Compact”, entregando à autoridade civil a missão de castigar os rebeldes.

Visto que a tal disciplina teve de ser usada, muitos tiveram de procurar outras paragens para viver em liberdade. Um deles foi Roger Williams (1603-1683), que fundou a colónia de Providence e foi o iniciador da Igreja Baptista na América do Norte (1648). A grande contribuição de Williams foi a sua insistência na separação entre igreja e estado e na liberdade de consciência. Os baptistas fundaram a sua Universidade em Rhode Island, em 1764. No decorrer dos anos todos os grupos religiosos se representaram no continente americano, sendo a denominação Baptista o maior com cerca de dez agrupamentos.

O Grande Avivamento

Pelos finais do século XVII era visível o declínio espiritual e moral provocado pela influência do constante processo colonizador, pelo interesse dalguns em separar igreja e estado, e a sucessão de guerras brutais. Os pregadores sentiram a necessidade de consolidar os crentes na fé e alcançar as multidões com o evangelho. Este sentimento motivou um despertamento espiritual a que se chamou o “Grande Avivamento”.

O Grande Avivamento, de teor calvinista, começou com a pregação de Theodore Frelinghuysen às congregações reformadas holandesas de New Jersey, em 1726. A partir daí os grandes obreiros do Avivamento foram Johnathan Edwards e George Whitefield. Edwards (1703-1758), formado aos 17 anos, recebeu o pastorado com 24 anos. Simplicidade de vida, de oração, e sermões ardorosos, exerceram grande impacto sobre os seus ouvintes. Um exemplo de seus sermões com poder no púlpito é este com o título “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. As pessoas arrependiam-se dos pecados, entre lágrimas e gritos de entusiasmo, e algumas até desmaiavam de gozo pelo perdão alcançado. Em virtude destas experiências o Avivamento foi acusado de destruir a solenidade do culto divino. Este movimento teve também consequências de carácter político. Tendo atingido as treze colónias começou a criar-se um senso geral de comunidade que contribuiu para a criação dos Estados Unidos. Este reavivamento começou em 1734, envolveu muitos pregadores, atingindo o seu ponto máximo em 1740.

Whitefield (1714-1770) Foi membro do Clube Santo em Oxford. Era amigo dos Wesley. Conheceu Edwards, e Tennent. Foi o mais famoso evangelista da sua época. Viajou sete vezes às colónias americanas e participou no primeiro Grande Despertamento. Viajou por todas as colónias durante 31 anos (1738-1769) pregando o reavivamento.

No final do século XVIII, após o término das guerras, começou um segundo Avivamento coincidente com a adopção da nova constituição do país. Cansadas pela guerra, as igrejas estavam em condições para novo reavivamento e cumprir a sua missão em tempo de paz. Este Avivamento, na sua primeira fase, não foi caracterizado por explosões emotivas como o primeiro. As pessoas começaram a encarar a fé com mais seriedade, a reformar os seus costumes de acordo com a fé. Recomeçara um movimento de santidade por todo o lado.

O mais notável terá sido o que aconteceu no estado de Kentucky, em Cane Ridge. O pastor da igreja, presbiteriano, programou e anunciou uma reunião de acampamento a fim de despertar a fé dos habitantes locais. Dezenas de milhares de pessoas compareceram ao evento, uns por motivos religiosos, outros simplesmente por interesse social. Enquanto os pastores pregavam, inesperadamente irromperam as emoções por todo o lado. Enquanto uns choravam, outros riam, tremiam, e alguns saíam correndo.

Outros pastores que estiveram presentes naquela reunião, que durou uma semana, quiseram também celebrar reuniões de acampamento. O resultado importante deste segundo Avivamento foi a sua contribuição para derrubar as barreiras étnicas e denominacionais, pois acorriam às reuniões pessoas de todos os movimentos e muitas contavam as suas experiências de conversão.

A principal figura deste avivamento foi Dwight L. Moody que, nos finais do século XIX, se dedicou a pregar às massas, tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos com excelentes resultados. Cerca de 30 ou 40 mil pessoas foram atingidas com o evangelho e 150 novas igrejas foram acrescentadas. Moody teve logo inúmeros imitadores e deste avivamento surgiram as igrejas de santidade de cariz metodista Wesleiano.