No estado social em que nos encontramos, com tanta injustiça, corrupção, imoralidade e violência, Jesus tem algo importante para dizer ao nosso mundo. Certa vez disse aos seus contemporâneos o seguinte: “Muitas coisas tenho que dizer e julgar acerca de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele ouvi, isso falo ao mundo.” (João 8.26). Examinemos acuradamente a Palavra de Deus e descobriremos a mensagem de Deus para o mundo actual.

Bem sabemos que Deus conhece o estado espiritual do mundo, que está péssimo. Gradualmente, cada vez se afasta mais dos Seus divinos planos que traçou para a humanidade. E, como aconteceu nos tempos de Noé e de Sodoma, assim acontecerá também nesta época tão perversa. O Senhor não pode pactuar com o pecado, nem com as suas consequências. Deus está cansado de suportar a maldade humana e terá de recomeçar com uma nova sociedade de seres humanos submissos aos Seus propósitos.

A maldade que instigou Deus a destruir o mundo está claramente expressa no seguinte trecho bíblico: “Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.” (Gn 6:5). O mesmo está acontecendo nestes tempos trabalhosos de injustiça e perversidade. Por isso “disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.” (Gn 6:7).

“Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor…Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.” (Gn 6:9). E Deus decidiu recomeçar com ele uma nova sociedade que vivesse na justiça divina. Porém, o pecado dominou os humanos e tornaram-se desumanos praticando toda a sorte de idolatria, desonestidade e imoralidade.

Então chegou o tempo de Deus chamar Abrão para criar com ele uma nova sociedade que Lhe agradasse. O Senhor resolveu destruir a sociedade idólatra e pecaminosa de Canaã e entregá-la a Abrão e seus descendentes como herança, segundo as Escrituras: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.” (Gn 12:1,2).

Enquanto Abrão marcava a sua presença na terra, além da corrupção geral existente naquela região, havia ainda uma cidade que a ultrapassava, de modo a Deus decidir por termo à sua existência: “Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o Senhor. E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os olhos e olha, desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei-de dar a ti, e à tua descendência para sempre.” (Gn 13:13–15).

O joio no campo é a sementeira causadora de todos os males, como diz o Senhor: “O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;… Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.” (Mt 13:38,40). “Ai do mundo por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!” (Mt 18:7). O Senhor está a referir-se aos escândalos provocados por gente irresponsável, os quais hão-de prestar contas no dia do juízo.

Os discípulos de Jesus quiseram saber quando aconteceria aquilo que Ele estava predizendo e receberam esta resposta como advertência: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos perturbeis porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares.” (Mt 24:4–7).

O juízo do mundo é também narrado nas Sagradas Escrituras de modo genérico: “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai. Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.” (Mt 24:36–39).

“O dia do Senhor virá, pois, como ladrão, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas. Ora, uma vez que todas estas coisas hão-de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.” (1 Pd 3:10–13).

O castigo do mundo é igualmente relatado para advertência nossa, a fim de não sermos condenados com os perversos. Disse o Senhor: “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mt 24:14)… “porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.” (Mt 24:21). Paulo assegura que a presente correcção do Senhor serve para evitar a condenação futura: “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo.” (1 Co 11:32).

O Senhor prometeu a sua protecção à igreja de Filadélfia, uma figura vívida da Igreja perseverante e fiel à Palavra de Deus: “Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há-de vir sobre o mundo inteiro para pôr à prova os que habitam sobre a terra.” (Ap 3:10)… “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 21:8).

A nova sociedade está também registada nas Escrituras Sagradas de forma clara: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” (Mt 25:34). E continua a revelação de Jesus: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11:15).

E mostrou esta visão a João na ilha de Patmos: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.” (Ap 21:1–3).

Conclusão

O velho mundo, como é conhecido, está condenado a desaparecer devido às tropelias do homem transgressor das leis divinas. O novo mundo será caracterizado segundo o propósito de Deus em Cristo Jesus, conforme ficou revelado na Escritura Sagrada: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5:17). Haverá, por conseguinte, uma nova sociedade formada por indivíduos recriados à imagem do Senhor para que haja justiça, moralidade e paz na terra.