S. Paulo deseja tornar compreensível o amor de Cristo e define‑o como tendo comprimento, largura, altura e profundidade (Ef. 3:l8). Conhecer o amor de Cristo é conhecer o próprio Deus, porque Deus é amor. Não compreender o amor do Calvário significa não conhecer Deus, não ter comunhão com Ele. Foi ali, no Gólgota, que Deus revelou, em Cristo, a perfeita dimensão do Seu amor.
Vejamos pela Bíblia as quatro características da dimensão do amor de Deus de harmonia com a definição de S. Paulo na sua epístola aos Efésios 3.18,19: “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo… para que Cristo habite pela fé no vosso coração; a fim de, estando arreigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura e o comprimento e a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”.
1. O comprimento do amor de Deus abrange todos os tempos. É eterno, sem principio nem fim. O Criador sempre amou as suas criaturas. Ele criou-nos com muito amor e, após a queda no Édem, não deixou de nos amar. O amor de Deus não é alterado pelas circunstâncias, permanece sempre o mesmo. Apesar do nosso pecado o Senhor ama-nos como no princípio. A Bíblia afirma que Deus é longânimo, isto é, a Sua ira tarda a manifestar-se. Pode-se dizer que está reservada para o dia do juízo, no final de todas as coisas. O Senhor é compassivo e espera que todos se arrependam e sejam salvos (2 Pd. 3:9).
2. A largura do amor de Deus abrange todas as criaturas. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). O Senhor não distinguiu ninguém, nenhum povo especial. Negros e brancos, amarelos e vermelhos, todos são alvo do mesmo amor divino. Jesus Cristo deu a vida por todos, ninguém foi excluído. Do Norte até ao Sul, do Oriente até ao Ocidente, todos estão incluídos no sublime amor de Deus. Cristo ama-nos de tal maneira que ordenou aos discípulos para pregarem o evangelho da salvação em todo o mundo, a todas as criaturas. Disse Ele: “Quem crer e for baptizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc. 16.16). A graça de Deus manifestou-se em Cristo trazendo salvação a todas as pessoas. Agora Deus espera que todos se arrependam e aceitem os benefícios do Seu infinito amor.
3. A Altura do amor de Deus abrange o Céu e a Terra. Porque estando Jesus no Céu desceu às partes mais baixas da Terra por causa dos pecadores. Sendo Ele rico, por amor de nós fez-se pobre e veio nascer numa estrebaria para ser deitado numa manjedoura. Sendo na forma de Deus, incarnou tomando a forma humana e humilhou-se até à forma de escravo para nos servir em Seu sublime amor. E tudo isto para nós enriquecermos. O Pai privou-se da presença do Filho, e este, por sua vez, esvaziou-se da majestade divina para mais tarde a revelar aos homens. A sua vida foi um exemplo, embora com muitas tentações e privações. Pois, como nós, em tudo foi tentado. Suportou a fome a sede e o cansaço, e não foi compreendido pelos seus contemporâneos. Foi humilhado, desprezado, maltratado, rejeitado e morto, tudo isto porque nos amava. Oh!, maravilha do amor divino! Como poderei amar em retribuição?!
4. A profundidade do amor de Deus abrange o maior sacrifício. Jesus disse que ninguém ter maior amor do que este, de dar alguém a vida pelos seus amigos. Vede como Ele nos considera amigos, embora o não tenhamos sido antes por causa do nosso pecado. Deus prova-nos o seu amor na dádiva do Filho, e Este demonstra‑o dando a sua vida por nós (Rm. 5.8). Aquele que não tinha pecado tomou o nosso pecado e foi cravá-lo na cruz para providenciar-nos a maravilhosa libertação do pecado e da consequente condenação.
Lembremos como Ele se entregou voluntariamente aos seus algozes e, quando em julgamento, não abriu a boca em sua defesa. Como sofreu o chicote do carrasco porque nos amava. Recordemos o difícil caminho do Calvário carregando os nossos pecados no pesado madeiro! E, agora, pregado na cruz, suporta as dores esvaindo-se em sangue que derrama sobre o altar do mundo em resgate de todos os pecadores. E tudo isto porque nos amava profundamente. Quando um dos malfeitores o convidou a descer da cruz Ele peremptoriamente recusou porque nos amava profundamente! O que o Senhor amoroso pretendia era libertar-nos da condenação.
Obrigado, Senhor, por tanto amor! Como poderei amar-te em retribuição?! Quero amar-te, adorar-te e servir-te como és digno. Agora compreendo o Teu maravilhoso amor e quero torná-lo conhecido de todas as criaturas para que Te amem como as amas a elas. Que préstimo tenho eu sem este amor?! Sou qual vaso de barro sem conteúdo, vazio de sentido. Sim, só Tu, Senhor, podes dar sentido à minha vida e torná-la mais feliz, como felizes são os anjos e santos na Tua presença. Quero viver contigo, falar contigo, pensar contigo e fazer tudo contigo, para que as outras pessoas vejam Cristo em mim. Ajuda-me, Senhor, a revelar-te aos outros para que também sejam felizes. Amém.