O vinho novo

E digo-vos que des­de ago­ra não beberei deste fru­to da vide até àquele dia em que o beba de novo con­vosco no Reino de meu Pai.” (Almei­da R. C.) Mar­cos 14:25

Questão

Sobre o tema em epí­grafe, algu­mas traduções trazem ‘beber de novo’, porém o grego usa ‘kain­on’ que sig­nifi­ca ‘novo’. Jesus quer diz­er que beberá nova­mente, ou que beberá vin­ho novo out­ra vez? Jesus, não somente beberá out­ra vez, mas beberá vin­ho novo.

Exam­i­nan­do o texto

Mt 26:29 “Mas digo-vos que des­de ago­ra não mais beberei deste fru­to da videira até àquele dia em que o beba con­vosco novo (kain­on), no reino de meu Pai.”

Mr 14:25 “Em ver­dade vos digo que não beberei mais do fru­to da videira, até àquele dia em que o beber, novo, (kain­on) no reino de Deus. – Jesus ref­ere-se ao quar­to copo que tin­ham para beber segun­do a tradição. Esse é o cálice da esper­ança e espera o seu cumprimento.”

Lc 22:17 “Então, haven­do toma­do um cálice (porque havia mais), e ten­do dado graças, disse: Tomai‑o e reparti‑o entre vós, porque vos digo que des­de ago­ra jamais beberei do fru­to da videira até que ven­ha o reino de Deus.”

Lc 22:20 “Semel­hante­mente, depois da ceia, tomou o cálice (o mes­mo), dizen­do: Este cálice é o novo (kainê) pacto em meu sangue, que é der­ra­ma­do por vós. – Este era o ter­ceiro copo, o cálice da redenção, que esta­va em cumprimento.”

Ago­ra comparemos

Se Cristo tem vin­ho novo e novo pacto, tem tam­bém um novo man­da­men­to para os seus dis­cípu­los. “Um novo (kaine) man­da­men­to vos dou: que vos ameis uns aos out­ros; assim como eu vos amei a vós, que tam­bém vos ameis uns aos out­ros” (Jo 15:9). “Como o Pai me amou, tam­bém eu vos amei; per­mane­cei no meu amor” (Jo 13:34).

Jesus amou-nos com o amor do Pai, que é ‘agápe’, o qual tudo supor­ta sem fal­har, con­forme 1 Co 13.4–8. O sig­nifi­ca­do com­ple­to do vocábu­lo hebraico é: amar, quer­er, dese­jar, enam­orar-se, afeiçoar-se, enternecer-se, sen­tir amor, car­in­ho, afec­to, afeição, incli­nação, atracção, paixão, ser leal, ser fiel. Este é o amor per­feito, acon­sel­ha­do pelo Sen­hor aos seus dis­cípu­los, e por Paulo à Igre­ja Universal.

Todavia, Jesus lamen­ta o esta­do da igre­ja de Éfe­so, porque tin­ha per­di­do o primeiro amor, e convida‑a ao arrependi­men­to sob pena de perder o seu lugar, con­forme João escreveu: “Ten­ho, porém, con­tra ti que deix­as­te o teu primeiro amor. Lem­bra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e prat­i­ca as primeiras obras; e se não, breve­mente virei a ti e removerei do seu lugar o teu can­deeiro, se não te arrepen­deres” (Ap 2.4,5).

O amor é a luz dos cristãos que alu­mia nas trevas deste mun­do. Se não tiver­mos luz não servimos.

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