Resistir às provações

pelo poder de Deus estais guarda­dos, medi­ante a fé, para a sal­vação que está prepara­da para se rev­e­lar no últi­mo tem­po, na qual exul­tais, ain­da que ago­ra, por um pouco de tem­po, sendo necessário, este­jais con­tris­ta­dos por várias provações”… 1 Pedro 1:5,6

Questão

Já somos salvos, ou esper­amos a sal­vação? E por que moti­vo é necessário ser­mos provados?

Con­tex­to bíblico 

Primeiro, é jus­to diz­er que somos salvos logo que aceita­mos Jesus como nos­so sal­vador, de acor­do com os Evan­gel­hos. “Disse-lhe Jesus: Hoje veio a sal­vação  a esta casa, porquan­to tam­bém este é fil­ho de Abraão.” (Lc 19:9). “Quem crer e for bap­ti­za­do será sal­vo, mas quem não crer será con­de­na­do.” (Mc 16:16). “Porque Deus envi­ou o seu Fil­ho ao mun­do, não para que con­de­nasse o mun­do, mas para que o mun­do fos­se sal­vo por ele.” (Jo 3:17).
É ain­da jus­to diz­er que somos salvos, de acor­do com os após­to­los: O cen­turião Cornélio ouviu, numa visão, esta ordem de Deus: “Envia home­ns a Jope e man­da chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras pelas quais serás sal­vo, tu e toda a tua casa.” (At 11:13,14). O carcereiro em Fil­i­pos ouviu esta respos­ta: “Respon­der­am eles: Crê no Sen­hor Jesus e serás sal­vo, tu e tua casa.” (At 16:31). Os efé­sios foram ensi­na­dos deste modo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8).
A sal­vação é um pre­sente de Deus, con­ce­di­do gra­ciosa­mente aos que esten­derem a mão da fé para rece­bê-lo. Esta sal­vação con­s­ta do perdão dos peca­dos, pelos quais todos estão con­de­na­dos. Vis­to haver perdão, deixa de haver con­de­nação, e isto é sal­vação presente.

Segun­do, é cor­rec­to diz­er que esta­mos sendo salvos para que sejamos salvos no futuro, con­forme as Escrit­uras. Paulo ale­ga aos tes­sa­loni­cens­es que “a nos­sa sal­vação está ago­ra mais per­to de nós do que quan­do nos torná­mos crentes.” (Rm 13:11). O autor da epís­to­la aos Hebreus ale­ga que Cristo, após sofr­er pelos peca­dos, apare­cerá sem peca­do aos que o esper­am: “assim tam­bém Cristo, ofer­e­cen­do-se uma só vez para levar os peca­dos de muitos, apare­cerá segun­da vez, sem peca­do, aos que o esper­am para sal­vação.” (Hb 9:28). E Paulo acon­sel­ha o seguinte: “mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestin­do-nos da couraça da fé e do amor, e ten­do por capacete a esper­ança da sal­vação.” (1 Ts 5:8).

Esta sal­vação é con­cer­nente ao futuro, quan­do Cristo voltar para livrar os seus de pere­cerem às mãos dos ator­men­ta­dores. Mas, até que isso acon­teça, deve­mos vigiar para man­ter a sal­vação pre­sente. E isto acon­tece medi­ante a fé e a obe­diên­cia, como ensi­na Pedro: “pelo poder de Deus sois guarda­dos, medi­ante a fé, para a sal­vação que está prepara­da para se rev­e­lar no últi­mo tem­po” (1 Pd 1:5). “alcançan­do o fim da vos­sa fé, a sal­vação das vos­sas almas.” (1 Pd 1:9). E, “dese­jai como meni­nos recém-nasci­dos, o puro leite espir­i­tu­al, a fim de por ele crescerdes para a sal­vação” (1 Pd 2:2). Esta sal­vação futu­ra, para a qual esta­mos sendo guarda­dos pelo poder de Deus, medi­ante a fé, é referi­da em Apoc­alipse 12:10: “Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Ago­ra é chega­da a sal­vação, e o poder, e o reino do nos­so Deus, e a autori­dade do seu Cristo; porque já foi lança­do fora o acu­sador de nos­sos irmãos, o qual diante do nos­so Deus os acusa­va dia e noite.”

Acer­ca das várias provações da fé dire­mos: Assim como há cer­tas obras que, depois de con­cluí­das, têm que ser sub­meti­das a testes a fim de provar a sua resistên­cia, tam­bém os cristãos são prova­dos com a mes­ma final­i­dade. Este é o caso das pontes sobre os rios que, antes de serem aber­tas ao tráfego públi­co, são sub­meti­das a provas de robustez para asse­gu­rar a sua segu­rança. Assim, tam­bém a fé dos crentes é sub­meti­da a provas duras para asse­gu­rar a sua robustez. Por isso, ninguém deve estran­har as provações porque elas são necessárias para desen­volvi­men­to da fé, que é mais pre­ciosa que o ouro.

Abraão resis­tiu ao teste de Deus quan­do lhe pediu para sac­ri­ficar o seu úni­co fil­ho. (cf. Gn 22:1,5; Hb 11:17,18). Do mes­mo modo, resi­s­ti­ram out­ros referi­dos na Gale­ria da fé do livro de Hebreus. A mul­her gen­tia de Canaã foi tes­ta­da por Jesus e pas­sou no teste, acei­tan­do ser assemel­ha­da aos cachor­ros. Cf. Mt 15:22–27). Cristo foi prova­do em tudo como nós, mas sem­pre venceu a provação. (Cf. Hb 4:15; Lc 2:.28). Impor­ta pois que a nos­sa fé seja prova­da pelo fogo, para achar hon­ra e lou­vor. (Cf. Tg 1:2–4; 1 Pd 1:5–7). Jó resis­tiu ao teste da sua fidel­i­dade a Deus quan­do foi atingi­da a sua riqueza. (Cf. Jó 1:11,21,22). Resis­tiu ao teste da fidel­i­dade quan­do foi atingi­do pela doença. (Jó 2:5). Resis­tiu ao teste quan­do, por estar doente, foi despreza­do pela sua esposa. (Jó 2:9,19).

Os três judeus na Babiló­nia resi­s­ti­ram ao teste da sua fidel­i­dade a Deus quan­do, ameaça­dos pelo fogo, rejeitaram ado­rar o grande ído­lo lev­an­ta­do na praça públi­ca. (Dn 3:12,15). Por causa do seu fiel teste­munho, o rei recon­heceu o seu Deus e exal­tou-os. (Dn 3:29,30). Acer­ca das provações, Jesus deixou-nos esta advertên­cia: “sereis odi­a­dos por todos por causa do meu nome, mas aque­le que per­se­ver­ar até ao fim, esse será sal­vo.” (Mt 10:22).
Por con­seguinte, ninguém deve estran­har as provações; mas deve, de prefer­ên­cia, preparar-se para resi­s­tir-lhes e per­manecer firme na fé. Os após­to­los do Sen­hor deixaram-nos a seguinte men­sagem acer­ca das provações a que esta­mos sujeitos: “Ama­dos, não estran­heis a ardente provação que vem sobre vós para vos exper­i­men­tar, como se coisa estran­ha vos acon­te­cesse; mas regoz­i­jai-vos por serdes par­tic­i­pantes das aflições de Cristo; para que tam­bém na rev­e­lação da sua glória vos regoz­i­jeis e exul­teis.” (1 Pd 4:12,13). Porque “o vos­so adver­sário, o Dia­bo, anda em derre­dor, rug­in­do como leão e procu­ran­do a quem pos­sa tra­gar; ao qual resisti firmes na fé, saben­do que os mes­mos sofri­men­tos estão-se cumprindo entre os vos­sos irmãos no mun­do.” (1 Pd 5:8).

Pedro e Paulo ensi­naram que quan­do Deus obser­va fidel­i­dade Ele dará o escape no momen­to ade­qua­do e, final­mente, hon­ra e lou­vor: “Não vos sobreveio nen­hu­ma ten­tação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais ten­ta­dos aci­ma do que podeis resi­s­tir, antes com a ten­tação dará tam­bém o meio de saí­da, para que a pos­sais supor­tar.” (1 Co 10:13). E ain­da: “ale­grai-vos na esper­ança, sede pacientes na tribu­lação, per­se­verai na oração.” (Rm 12:12). “san­tifi­cai a Cristo como Sen­hor em vos­sos corações e estai sem­pre prepara­dos para respon­der com man­sid­ão e temor a todo aque­le que vos pedir a razão da esper­ança que há em vós” (1 Pd 3:15). “para que a pro­va da vos­sa fé, mais pre­ciosa que o ouro que perece, emb­o­ra prova­do pelo fogo, redunde para lou­vor, glória e hon­ra na rev­e­lação de Jesus Cristo” (1 Pd 1:7).

Con­clusão

Por­tan­to, a sal­vação tem três tem­pos: pas­sa­do, pre­sente e futuro. Quan­do aceita­mos Cristo como Sal­vador somos salvos. Enquan­to vive­mos esta sal­vação esta­mos sendo salvos. E ser­e­mos salvos, final­mente, quan­do for­mos reti­ra­dos ao nos­so adver­sário. A fé é um val­or tão pre­cioso con­ce­di­do por Deus, que deve­mos pro­tegê-la a qual­quer preço. A fidel­i­dade a é tão apre­ci­a­da pelo Sen­hor, que deve­mos pre­servá-la em todas as cir­cun­stân­cias. Deve­mos for­t­ale­cer-nos espir­i­tual­mente de maneira que nada neste mun­do pos­sa sep­a­rar-nos de Deus. Para que isto acon­teça é pre­ciso treinar a resistên­cia con­stan­te­mente resistin­do às provações.

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