TESTEMUNHO DE ESCRITORES PRIMITIVOS
Do Século I.
Clemente de Roma, parece indicar que a volta de Cristo será pré-milenal, ao dizer: “Percebeis como em pouco tempo o fruto duma árvore chega à maturidade. Em verdade, logo e subitamente a Sua vontade se cumprirá, como a Escritura testemunha dizendo: “Brevemente Ele virá e não tardará;” e, “o Senhor subitamente virá para o seu templo, mesmo o santo, o qual nós esperamos.” (Clemente, 1 Co. 23)
“E a profecia, “Ele será o esperado das nações,” significava que haveria alguns de todas as nações que esperariam que Ele voltasse.” (Clemente, 1 Co. 32).
Se alguém o espera é para o governo milenal, que alguns classificam por eternidade. Papias, no seu Fragmento, conta-nos o pensamento corrente na sua época: “Entre estes ele diz que haverá um milénio depois da ressurreição dos mortos, quando o reino pessoal de Cristo for estabelecido na terra.”
Para Cristo instaurar o seu reino na terra terá que vir antes do facto. Ireneu, parece ser pré-milenal com as seguintes palavras: “E se Cristo é a pedra que é cortada sem mãos, que destruirá os reinos temporais, e introduz um reino eterno, que é a ressurreição dos justos, como ele (Daniel) declara: “O Deus dos céus levantará um reino que jamais será destruído.” (Contra Heresias, Liv. 5, cp. 26)
Cristo, por conseguinte, virá no meio dos dois factos referidos. “Mas quando este anticristo tiver devastado todas as coisas neste mundo, ele reinará por três anos e seis meses, e sentar-se‑á no templo em Jerusalém; e então o Senhor virá nas nuvens dos céus, na glória do Pai, enviando este homem e aqueles que o seguem para o lago de fogo; mas introduzindo o tempo do reino para os justos, isto é, o descanso, o santificado sétimo dia; e restaurando a Abraão a herança prometida, em cujo reino o Senhor declarou que, “muitos vindo do Este e do Oeste se sentariam com Abraão, Isaque, e Jacó.” (Ireneu, Contra heresias, Liv. 5, cp. 30)
Cristo virá no meio dos dois factos, um dos quais é simbolizado pelo sétimo dia de descanso. Porém, confuso, o autor referiu o lago de fogo ao invés da prisão milenar de Satanás. “é necessário informá-los a respeito destas coisas, que convém os justos primeiro receberem a promessa da herança a qual Deus prometeu aos pais, e reinar nele, quando eles ressuscitarem para contemplar Deus na sua criação, a qual é renovada, e que o julgamento terá lugar mais tarde. (Ireneu, Contra Heresias, Liv. 5.32)
Acima, Ireneu menciona por ordem que, os justos receberão a promessa, e reinarão, e o julgamento terá lugar mais tarde.
“E eles edificarão casas, e eles próprios as habitarão; e plantarão vinhas, e eles mesmos comerão delas.” “Porque todas estas e outras palavras foram inquestionavelmente faladas em referência à ressurreição dos justos, a qual terá lugar depois da vinda do Anticristo, e da destruição de todas as nações sob o seu domínio; no tempo da ressurreição os justos reinarão na terra, crescendo em fortaleza sob o olhar do Senhor; e através dele partilharão a glória de Deus Pai, e no reino gozarão relacionamento e comunhão com os santos anjos, e união com seres espirituais; e (com respeito) àqueles que o Senhor encontrar na carne, aguardando‑o do céu, e que sofreram tribulação, assim como também escaparam às mãos do iníquo. Porque é em referência a eles que o profeta diz: “E aqueles que são deixados se multiplicarão sobre a terra.” (Ireneu, Contra Heresias, cp. 35)
Todas as expressões acima parecem indicar que Jesus virá para destruir o anticristo e iniciar o milénio sabático. Só a ressurreição dos justos é colocada simplesmente após a tribulação.
Justino Mártir, no seu Diálogo, diz que: “a serpente, não cessará de levar à morte e perseguir aqueles que confessam o nome de Cristo até que Ele volte, e destrua a todos, e atribua a cada um os seus méritos.” (Diálogo de Justino, cp. 39)
Parece que os pais da Igreja não enxergavam aquilo que é considerado como o arrebatamento pré-tribulacional.
Justino, que é um símbolo da ortodoxia, concorda que há cristãos que não aceitam o milénio, e diz: “Mas, eu e outros… estamos certos que haverá uma ressurreição dos mortos, e mil anos em Jerusalém, a qual, então, será construída, adornada, e engrandecida, como os profetas Ezequiel e Isaías e outros declaram.” (Diálogo de Justino, cp. 80)
Naquele tempo, como actualmente, havia opiniões várias a este respeito, que em nada afectam a salvação.
Do Século II
“Mas nós confessamos que um reino nos está prometido sobre a terra, embora antes do céu, somente num outro estado de existência; considerando que será após a ressurreição, durante mil anos na divinamente construída cidade de Jerusalém, “descida do céu,” a qual o apóstolo também chama “nossa mãe de cima;” e, enquanto declara que a nossa politeuma, ou cidadania, está no céu, ele proclama que é realmente uma cidade no céu.” (Tertuliano, Contra Marcion, Liv. 3.25)
Quer dizer, Tertuliano aceita que Cristo virá e ressuscitará os justos, para reinarem sobre a terra durante mil anos, na cidade nova de Jerusalém.
“Nós dizemos que esta cidade tem sido providenciada por Deus para receber os santos na sua ressurreição, e renová-los com a abundância de todas as verdadeiras bênçãos espirituais, como uma recompensa para aqueles que no mundo temos, quer desprezados quer condenados; visto que é tanto justo como digno que os servos de Deus tenham o seu gozo no lugar onde têm também sofrido aflição por causa do Seu nome. Acerca do reino celestial o processo é este.
Após o cumprimento dos seus mil anos, em cujo período é completada a ressurreição dos santos, os quais ressuscitam mais cedo ou mais tarde, segundo os seus méritos, seguir-se‑á a destruição do mundo e a conflagração de todas as coisas, nós seremos então transformados num momento na substância dos anjos, mesmo pela investidura duma natureza incorruptível, e assim removidos para esse reino no céu do qual nós temos estado tratando. (Tertuliano, Contra Marcion, Liv. 3.25).
Ler ainda “A Nova Terra” AQUI