Written on Outubro 2nd, 2007 by Constantino Ferreira
Na casa do oleiro
Jeremias 18:1–6
Texto
“A palavra do Senhor que veio a Jeremias dizendo: Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer. Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? — diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”.
Introdução
Por causa da idolatria e da imoralidade correspondente, Deus já havia decretado o exílio para Israel. Essas dez tribos do norte foram levadas em cativeiro pela Assíria em 722 a. C. Eles haviam-se esquecido das obras maravilhosas do seu Deus e, por esta razão, viraram-se para os ídolos das nações vizinhas em busca de sucesso. Isto ofendeu a Deus que os castigou tirando-os da terra que lhes dera.
Mais tarde sucedeu o mesmo com Judá, o reino do sul. Eles também adoraram os deuses do paganismo e as divindades astrais em busca de uma vida melhor. E, adoptaram os seus costumes e modos de vida ímpios marcados pelo pecado.
Apesar de Deus os convocar ao arrependimento preferiram seguir os seus próprios caminhos. O resultado foi a rejeição final e o castigo de serem também tirados da terra prometida para o cativeiro na Babilónia em 586 a. C.
A parábola do oleiro foi usada para ensinar que Deus castiga os rebeldes e restaura os submissos à Sua vontade.
A rebeldia desagrada a Deus. O pecado de Judá era tão grave que Jeremias o denuncia como estando gravado no coração com um ponteiro de ferro. Esta ilustração é tirada da prática de escrever na pedra com um ponteiro de ferro, cuja mensagem permanece gravada até aos nossos dias.
O profeta quer dizer que o pecado estava tão arreigado na natureza do povo que as suas vidas não diferiam em nada às dos ímpios em redor. Por este motivo Deus lhes diz que “por ti mesmo te privarás da tua herança que te dei, e far-te-ei servir os teus inimigos na terra que não conheces” Jr. 17:4. Foi o que aconteceu ao serem vencidos e transportados para Babilónia.
Um dos grandes perigos do povo de Deus é conformar-se com os padrões de vida mundanos. O pecado provoca a separação de Deus e a perda das bênçãos prometidas. Então, procuram soluções em toda a parte; nos videntes, na astrologia, e no espiritismo, agravando ainda mais a sua situação. A rebeldia desagrada a Deus e resulta em castigo equivalente.
A submissão é agradável a Deus. Para ser submisso é necessário haver conversão, a qual significa virar as costas ao pecado e o rosto para Deus. Mas, é preciso disposição para mudar. Deus sempre respeita a liberdade das pessoas; não obriga ninguém a seguir os Seus caminhos. O Senhor espera que a vontade do indivíduo opte pela mudança do Seu agrado. Pois, sem a vontade ninguém chega a lado algum. Assim como precisamos da vontade para trabalhar, para comer, etc., do mesmo modo é necessária a vontade para mudar de vida.
Ilustrando isto, Jesus falou de duas portas e dois caminhos com destinos diferentes, e aconselhou a escolher o estreito e apertado que leva a vida eterna. Pois, no reino dos céus só entrará quem fizer a vontade de Seu Pai que está nos céus.
A paciência do divino oleiro está em esperar até que a vontade do indivíduo aja por sua conta. E quando o pecador se arrepende, também Deus se arrepende do mal que havia pronunciado; vd Jr. 18:8. Deus na realidade não se arrepende, porque não tem de quê, mas muda a Sua atitude em relação ao pecador arrependido. Paulo ensina que não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus, e que não vivem nos prazeres carnais. A submissão a Deus é agradável e resulta em comunhão constante.
A comunhão depende do Espírito e da vontade. O Espírito Santo foi enviado para convencer do pecado e guiar as vontades de acordo com o plano divino. Sem a actuação do Espírito Santo e da vontade é impossível o restabelecimento da comunhão com Deus.
Paulo aconselha que “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”, ou, da vossa mente”. Por conseguinte, a vida nova reconhece que o sistema deste mundo é mau por estar sob a influência de Satanás e resiste-lhe tenazmente. Para uma ideia sobre as características do mundanismo deve ler o que Paulo escreveu aos cristãos da Galácia em Gl. 5:19–21. Mundanismo é todo um sistema de vida liderado pelo deus deste século, que é Satanás.
A vida nova é marcada pelo fruto do espírito descrito em Gl. 5.22, o qual mantém a comunhão com Deus e a consequente recepção das bênçãos prometidas. Para restaurar a comunhão com Deus a fim de viver uma vida nova é preciso ter o sentimento de Paulo ao dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Tomar a cruz significa renunciar à velha natureza e suas concupiscências mundanas, a fim de dar lugar à nova natureza, em santidade, tendo como galardão a vida eterna.
Conclusão
A rebeldia desagrada a Deus e resulta em castigo equivalente, que é a separação dele. A conversão e submissão a Deus é agradável e resulta em comunhão constante com Ele a fim de viver uma vida nova na dependência do Espírito Santo.
Both comments and pings are currently closed.