O serviço cristão é a missão que todos os crentes devem cumprir exaltando o nome de Deus, divulgando a salvação, e promovendo a comunhão com o Criador. O Senhor, depois de haver libertado um homem de espíritos malignos, disse-lhe: “Vai para tua casa, para os teus, e conta-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (Marc. 5.19). Este homem deve ter feito conforme lhe foi pedido e muitos terão buscado o Senhor para os abençoar. Desta forma a sua fama espalhava-se por toda a parte e chegou até nós.
Jesus contou-nos uma parábola a fim de sentirmos o dever de cumprir a nossa missão nesta terra cheia de imoralidade e violência. Em Mateus 25.14–30 é dito que um homem, antes de partir para uma longa viagem, chamou os seus servos e repartiu-lhes deveres conforme a sua capacidade, esperando receber resultados vantajosos quando voltasse. Um dia voltou e chamou-os para que dessem contas da sua mordomia. Dois deles tiveram resultados positivos e foram convidados a participar da felicidade do seu senhor, enquanto um, por negligência, nada tinha feito para agradar ao patrão. Não buscou os interesses do seu amo e foi considerado servo inútil. Além disso, foi destituído do que havia recebido e despedido para infelicidade sua.
Com esta ilustração o Senhor dá-nos instrução acerca do dever de nos ocuparmos do Seu Reino enquanto Ele está ausente, sob pena de sermos desconsiderados e não merecedores do galardão que tem para dar a cada um segundo a sua obra. Se não apresentamos lucros seremos desclassificados. O final da parábola, no verso trinta, dá-nos a entender que essas pessoas, por negligência, entrarão em sofrimento sem hipótese de recurso. Assemelhá-los-emos às virgens loucas da parábola anterior que não levaram azeite de reserva, e quando o noivo apareceu tinham ido comprá-lo. Quando bateram à porta do noivo foram rejeitadas na festa e ficaram à porta por causa da sua negligência. Os crentes nominais são assim. Vivem despreocupados neste mundo, sem interesse algum pelos negócios do Senhor, até que brevemente Ele chegará a fim de pedir contas a cada um da sua missão. E que terão para apresentar-lhe?
O apóstolo Paulo manifesta-nos a Sua própria responsabilidade da seguinte maneira: “Porque se anuncio o evangelho não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Cor. 9.16). Claro que ele era um dos muitos servos que o Senhor tem tido na terra preocupados principalmente com o Reino de Deus e a sua justiça. Ai daqueles que dizendo-se cristãos não o provam com as suas acções. Até o que têm lhes será tirado. Isto é, quem não usa o que tem a perdê-lo vem.
O Senhor concedeu a todos os que crêem pelo menos o dom da salvação e da fala, e é com este talento que devemos negociar até que Ele volte. Paulo revela-nos que “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Cor. 5.10). Em vista disso urge que cada cristão cumpra a sua missão contando aos outros como Deus teve misericórdia de nós, e quando Jesus voltar receberemos o galardão da felicidade eterna.
A contribuição monetária é outro factor importante da responsabilidade do cristão. O crente interessado no culto ao Senhor tem a noção das despesas inerentes e procura supri-las de acordo com as suas possibilidades. Reconhecendo o valor do sacrifício de Cristo pelos seus pecados, os cristãos estão prontos a sacrificar suas vidas pelos outros e contribuir deste modo para que sejam salvos. O Senhor não pagou o nosso resgate com prata ou ouro; mas pagou com o Seu próprio sangue. Contudo, nós temos de pagar para que o evangelho seja anunciado a todas as criaturas para salvação das suas almas. Assim diz a Escritura: “Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?” (Rom. 10.14,15).
Para serem enviados é preciso que deixem emprego, casa, amigos e família, o que também requer sacrifício. Uns vão e outros ajudam no cumprimento da grande comissão: “IDE POR TODO O MUNDO”.
Se o leitor não pode ir, poderá ajudar alguém que vá e fale da salvação aos que estão longe. A sua contribuição é importante para expandir o reino de Deus. O cristão deve contribuir porque ama a causa do Senhor. Jamais alguém dê alguma coisa por constrangimento, porque é membro da igreja, ou porque o pastor pregou sobre o assunto. O que nos move à contribuição seja sempre o amor a Deus e às multidões sem salvação. Desta forma o contribuinte é também beneficiado de acordo com as palavras de Jesus: “Dai e ser-vos‑á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no vosso regaço” (Luc. 6.38). Se isto acontece em relação às pessoas, muito mais devemos esperar que se cumpra com relação a Deus. Ele recompensará tudo o que for feito pelo seu Reino. A este respeito disse o Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mat. 6. 33). Assim seja.