O Reino Consumado. A partir do capítulo seis do Apocalipse, João apresenta o desenrolar da história da grande tribulação, em três fases sucessivas, como julgamento divino sobre a impiedade e o Anticristo, em antecipação ao reino. Estas fases são as figuras dos sete selos, das sete trombetas, e das sete taças, sendo a seguinte mais grave que a anterior.
No final haverá um renhido combate contra o Cordeiro e o seu povo, num lugar que em hebreu se chama Armagedom, na Palestina. Esta rebelião contra Deus culminará numa guerra mundial, onde as forças do Anticristo serão derrotadas por Jesus e aqueles que estão com Ele. Os chamados, eleitos, e fiéis vingarão porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap.17:14). Será reconhecido e obedecido por todos para instauração do Reino.
Quando soar a sétima trombeta, será proclamada a vitória final porque “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre.” Ap.12:9,10. Não será um reino de mil anos somente, pois, quando a época milenar findar, o reino entrará em nova fase, seguindo-se a eternidade bem-aventurada para todos os remidos. Isso acontecerá quando Cristo regressar em poder, autoridade, e grande glória, montado no seu cavalo branco, símbolo de vitória, e com a espada de dois gumes, a Sua poderosa Palavra, para ferir as nações (Ap.19:11–15).
Nessa batalha final, o enganador Satanás será vencido e uma voz do céu se ouvirá proclamando a vitória do Messias: “Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante de nosso Deus os acusava de dia e de noite.” Ap.11.15. Nessa ocasião terá sido destruído o reino tenebroso do Diabo. Falta ele ser aniquilado pelo poder do Todo-Poderoso.
Durante o tempo da grande tribulação Deus levantará um grupo especial de pregadores do evangelho do reino, que com grande poder darão o seu testemunho. Ap.14:6. João fala dos 144.000 comprados da terra, que não concordarão com a fraude do culto do Anticristo. Esses manter-se-ão puros e fiéis à mensagem do reino, e darão um Testemunho poderoso com louvores e fidelidade ao Rei dos reis.
Como sempre acontece, após o triunfo há banquete, há festa e júbilo. O erudito George Ladd refere-se desta maneira às bodas do Cordeiro: “A consumação messiânica, além de ser representada como uma ceia de casamento, também é um banquete alegre. Jesus disse que muitas pessoas do Oriente e do Ocidente se assentarão com os patriarcas à mesa no reino dos céus.”(In, George Ladd, Apocalipse, pg.185).
Na última ceia Jesus informou os discípulos que não beberia do fruto da videira até ao dia em que o bebesse de novo com eles no Reino de seu Pai. Os crentes rejubilarão ao encontrar-se com Cristo e, de igual modo, após a vitória final sobre o grande adversário.
O capítulo vinte do Apocalipse relata-nos a destruição final do poder de Satanás em duas etapas. Primeiro será amarrado para que haja paz mundial. Após um milénio rebelar-se‑á novamente e será lançado no lago de fogo, onde sofrerá tormentos eternos na companhia dos seus comparsas e companheiros de luta. Não queira estar com eles.
O Reino estabelecido é a concretização do fiel Testemunho da Igreja através de sofrimentos vários, a qual vai ser galardoada com uma posição honrosa ao lado do Rei, como a esposa fiel. Paulo, aos Efésios, ensina que Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo e nos fez assentar nos lugares celestes, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça. Ef. 2.6,7. João escreveu: “E vi tronos, e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar.” Ap.20.4.
Note bem. Isto foi prometido aos discípulos quando Jesus lhes falava destas coisas, que se assentariam em doze tronos para julgar Israel. Mas alargou a promessa à igreja fiel e vencedora. “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” Ap. 3:21.
Isaías teve uma visão daquela época de paz e prosperidade, e transmitiu‑a à posteridade desta maneira: “Venham, subamos à montanha do Senhor, ao Templo do Deus de Israel; Ele nos ensinará o que devemos fazer para podermos cumprir a Sua vontade. Do monte de Sião, em Jerusalém, é que o Senhor nos ensinará com a sua palavra. Ele será o Juiz entre as nações e o árbitro nas questões entre os povos. Então, Eles hão-de converter as suas espadas em arados e as suas lanças em foices. Nenhum povo levantará a espada contra outro nem voltarão a ser treinados para a guerra.” (Is. 2:3,4, Boa Nova).
Quem fará parte desse reino milenar? Todas as nações gentílicas serão julgadas na base do tratamento dado aos irmãos de Jesus, o povo de Israel, e aqueles que os tiverem apoiado serão convidados a fazer parte do reino. E, dirá o Senhor aos que estiverem à sua direita. “Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Mt. 25:34.
Esses, que tratarem bem o povo de Deus, gozarão o governo da justiça divina na terra, onde imperava a injustiça. Ao ser abolido o poder de Satanás, dominará o Senhor com o amor, a justiça, e a paz. Essas três características divinas manifestam a presença de Deus entre as pessoas, e sentir-se-ão muito felizes por esse facto. Enquanto a Igreja foi escolhida antes da fundação do mundo para ser santa e reinar com Cristo, aqueles são chamados a receber o reino preparado para eles desde a fundação do mundo.
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