FILHO DE DEUS

O anjo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus apresentou‑o como o santo de Deus, assim: “O Espírito Santo e a virtude do altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc. 1.35). Como foi gerado por Deus teria de trazer a imagem do Pai e ser santo como Ele.

O Pai confirmou que Ele é Seu Filho. João, após haver baptizado Jesus, ouviu uma voz do céu que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt. 3.17). Algum tempo antes da sua morte Jesus convidou três dos seus discípulos, Pedro, Tiago e João para subirem com Ele a um monte. Ali, viram-no transfigurar-se e resplandecer como o Sol. Ao mesmo tempo, apareceu uma nuvem sobre eles e dela saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai‑o”. Em nossos dias podemos continuar a escutar os seus maravilhosos conselhos compilados pelos apóstolos na Bíblia Sagrada.

Naquele tempo, os endemoninhados confessaram frequentemente que ele era o santo de Deus. Quando Jesus lhes aparecia ficavam tão cheios de temor que tinham de confessar que Ele era o santo Filho de Deus. Certa vez, correu para Ele um homem tremendamente possesso e clamando em alta voz: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo?” (Mc. 5.7).

A santidade de Jesus infundia tão grande temor aos espíritos malignos que tinham de sujeitar-se à sua palavra. Com autoridade ordenava-lhes que saíssem e imediatamente as pessoas ficavam libertas daquela opressão satânica. Só a santidade pode infundir terror e temor aos demónios.

Após ser crucificado, o Sol escureceu durante três horas e a terra tremeu. O capitão romano, ao observar esses acontecimentos cósmicos na hora da morte de Jesus, exclamou: “Na verdade este homem era justo” (Mt 7.45,51). Deveras, Jesus jamais pecou, nem, tampouco, se enganou em palavras. Ele era totalmente puro. Um dos malfeitores que estava morrendo a seu lado, em resposta às injúrias do seu companheiro, confessou: “Tu nem ainda temes a Deus estando na mesma condenação? E nós, na verdade com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez” (Lc. 23.40,41). Este testemunho confirma a profecia de Isaías a Seu respeito: “Porquanto nunca fez injustiça nem na sua boca se achou engano” (Is. 53.9).

Com efeito, os apóstolos afirmam que Jesus não conheceu pecado, que era sem defeito, sem mácula e separados pecadores. João disse acerca dele: “E bem sabeis que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.” (1 Jo. 3.5). Pedro testifica que Jesus não cometeu pecado nem na sua boca se achou engano” (1 Pd. 2.22). Paulo assevera que aquele que não conheceu pecado foi feito pecado por nós para que nós fomos feitos justiça de Deus (2 Cor. 5.21).

Jesus podia, muito bem, fazer aos judeus este desafio: “Quem dentre vós me convence de pecado?” Ele afirmava ser um com o Pai e dizia: “Quem me vê a mim vê o Pai.” E, como o Pai é santo, também o Filho o é. A sua vida exemplar manifesta santidade em todos os aspectos. Só Jesus, por ser santo, podia substituir os pecadores no julgamento e tomar o nosso lugar na condenação. No Gólgota, foi morto o justo pelos injustos, o santo pelos pecadores. A partir dali, quem nele crer não será condenado porque a justiça foi cumprida no santo de Deus.

Agora, não há condenação alguma para os que estão vivendo com Cristo. Se Ele morreu por todos, logo todos os que nele creem morreram também. Pela fé, consideramo-nos mortos para o pecado, mas vivos para Deus. Por isso, o pecado não reina em nosso corpo mortal para obedecermos às suas concupiscências (Rm. 6.11). Jesus libertou-nos do pecado para vivermos uma vida nova em santidade, diante de Deus e dos homens. O pecado privou-nos da semelhança divina; porém, Jesus efetuou uma eterna redenção para que aquele que nele crê seja regenerado e readquira a característica perdida, que é a santidade.

O apóstolo Pedro aconselha-nos a santificar Cristo como Senhor em nossos corações. Quando o fazemos Senhor das nossas vidas somos santificados. E como é santo Aquele que mora em nós, seremos também santos em toda a nossa maneira de viver. Com Jesus todos os pensamentos, palavras e ações, tudo se transforma. Deixamos de ser pecadores para ser santos em união com Cristo, o santo.

Quem aceita o santo Filho de Deus pode dizer como Paulo: “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2.20). Estar crucificado é estar morto para o pecado. Quando morremos para o pecado deixamos de servir a Satanás e passamos a servir exclusivamente a Deus. Isto é, tudo quanto fizermos aos outros deve ser feito como um serviço prestado a Deus. Esta é a melhor maneira de sermos felizes porque somos regenerados para servi-lo.

Quando deixamos de viver em pecado e passamos a viver a santidade em Cristo provamos que o Senhor está vivendo em nós. Quando recebemos o seu Espírito Santo somos ajudados a viver uma vida diferente, de maneira que sirva para glória de Deus assim como Ele glorificou o Pai.

Con­tin­ua

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